Seis meses após ciclone Idai, Moçambique precisa de mais US$ 398 milhões para apoiar afetados por crises
Necessidades agravadas por secas e inundações consecutivas podem prejudicar próximas colheitas; pelo menos 2 milhões de pessoas podem enfrentar graves níveis de insegurança alimentar até março.*
Na noite de 14 para 15 de março, Moçambique foi assolado pelo ciclone Idai que matou mais de 600 pessoas, provocou mais de 1.641 feridos e causou danos de cerca de US$ 773 milhões.
Seis meses depois, pretendem mais US$ 398 milhões para apoiar a população afetada pelo ciclone mais forte ocorrido no oeste de África em 20 anos e também do ciclone Kenneth que passou pelo país seis semanas depois.

Insegurança Alimentar
As necessidades agravadas por secas e inundações consecutivas podem prejudicar a colheita de março de 2020. Cerca de 2 milhões de pessoas podem enfrentar graves níveis de insegurança alimentar.
As Nações Unidas e os parceiros humanitários, em apoio ao Instituto Nacional de Gestão de Calamidades, Ingc, querem atender às necessidades dos afetados pelas crises climáticas do último ano, incluindo os dois ciclones, secas e inundações.
Um Plano revisto de Resposta Humanitária, HRP, para Moçambique foi apresentado em Maputo pela coordenadora Humanitária para Moçambique, Myrta Kaulard, que apelou ao envolvimento de todos.
Veja aqui a entrevista da representante do Programa Mundial de Alimentação, PMA, Karin Manente, sobre a resposta passados seis meses:
Colheita
A representante destacou que apesar de progressos notáveis na resposta aos ciclones, ainda existem áreas em que o acesso a água potável e assistência médica continua sendo um desafio. Afirmou ainda que também são necessários reparos urgentes em casas e escolas.
Com apenas 42% do apelo inicial financiado, até 2 milhões de pessoas podem enfrentar graves níveis de insegurança alimentar entre este setembro e a próxima colheita prevista para março de 2020.
Nas áreas afetadas pelos ciclones Idai e Kenneth, mais de 80% da população é dependente da agricultura como fonte primária de renda. Muitas pessoas perderam colheitas, terras e sementes de plantio.

Apoio
Às vésperas da Cúpula do Clima em Nova Iorque, Myrta Kaulard, exortou a comunidade internacional a apoiar o povo de Moçambique.
A representante enfatizou que mulheres e crianças, especialmente as que vivem nos locais de reassentamento, precisam percorrer longas distâncias para buscar água, recolher madeira para cozinha e procurar serviços de saúde.
O Plano de Resposta Humanitária para Moçambique abrange o período até maio de 2020.
De Maputo para ONU News, Ouri Pota