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FAO prevê insegurança alimentar para 9,7 milhões de pessoas no Sahel

Pastores guiam seus rebanhos no Niger, no Sahel
FAO/Giulio Napolitano
Pastores guiam seus rebanhos no Niger, no Sahel

FAO prevê insegurança alimentar para 9,7 milhões de pessoas no Sahel

Ajuda humanitária

Cerca de 2 milhões de crianças correm risco de sofrer de desnutrição aguda na região africana; FAO quer maior atenção para áreas como Lago Chade, Níger, Burquina Fasso e Mali.

A Organização das Nações Unidas para a Agricultura e Alimentação, FAO, prevê que 9,7 milhões de pessoas podem enfrentar insegurança alimentar grave até finais de agosto na região africana do Sahel.

Esse problema piora ao mesmo tempo que a desnutrição devido aos conflitos e à violência afetando comunidades em áreas da região do Lago Chade, do Níger, de Burquina Fasso e do Mali.

Crianças no Chade plantam uma árvore de acácia.
Crianças no Chade plantam uma árvore de acácia. Foto: Pnud Chad/Jean Damascene Hakuzim

Escassez

Mais de 2 milhões de crianças estão em risco de sofrer de desnutrição aguda nesses locais, onde a agência da ONU implementa um programa que precisa de um total de US$ 166,8 milhões até 2021.

A FAO destaca que a safra de 2018/19 foi positiva mas os produtos alimentares estão pouco disponíveis no mercado. De uma forma geral, os preços continuaram estáveis no início da temporada de escassez e a tendência é que esses custos caiam em comparação com a média dos últimos cinco anos.

Mas os mercados continuam gravemente afetados pela insegurança dos civis e pelas medidas restritivas adotadas nas áreas afetada pelos conflitos, destaca a FAO.

Na campanha agropecuária de 2019/20, houve um plantio antecipado que sofreu com as fortes inundações. As chuvas causaram danos significativos em propriedades e vidas foram perdidas particularmente no Mali e no Níger.

Populações

A estação chuvosa também pode ser interrompida por secas relativamente longas que têm ocorrido na maior parte do Sahel. Além disso, o deslocamento das populações que é provocado pela insegurança pode reduzir as áreas plantadas onde ocorrem conflitos.

A situação dos gafanhotos na região está relativamente calma, mas a criação de animais em pequena escala no Chade, no Níger, na Mauritânia e no Mali pode levar a um ligeiro aumento na população dos insetos nos próximos meses.

Outra preocupação é a praga da lagarta-do-cartucho que continua a ameaçar a produção desse cereal em todos os países do Sahel e da África Ocidental.

 24 de fevereiro de 2013, aldeia de Koulomboutej, Níger - Mulheres moendo e peneirando sementes de milheto.
©FAO/Giulio Napolitano
24 de fevereiro de 2013, aldeia de Koulomboutej, Níger - Mulheres moendo e peneirando sementes de milheto.

Situação Nutricional

A FAO disse que continua implementando atividades para responder à piora da insegurança alimentar e da situação nutricional na região com os recursos insuficientes.

De acordo com a agência, é importante que seja oferecido apoio de subsistência às populações do Sahel para melhorar a autossuficiência dos habitantes que estão em situação de fragilidade.