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Em Moçambique, mais de 500 mil pessoas tiveram doenças causadas por consumo de alimentos inseguros

Em Moçambique, agências da Nações Unidas apelam a partilha de informação sobre alimentos seguros com vista à redução de casos de doenças.
Unicef/UN0308863/De Wet
Em Moçambique, agências da Nações Unidas apelam a partilha de informação sobre alimentos seguros com vista à redução de casos de doenças.

Em Moçambique, mais de 500 mil pessoas tiveram doenças causadas por consumo de alimentos inseguros

Saúde

Maior número de casos registado foi diarreias; ONU pede partilha de informação sobre alimentos seguros para reduzir número de pacientes; OMS estima que 200 tipos de doenças matam mais de 2 milhões de pessoas por ano.*

Moçambique regista centenas de milhares de casos de doenças transmitidas pelo consumo de alimentos inseguros. A revelação foi feita esta sexta-feira, em Maputo, na primeira vez em que foi marcado o Dia Mundial de Alimentos Seguros.

Falando a jornalistas, em Maputo, a diretora Nacional de Saúde Pública, Rosa Marlene Cuco,  citou a importância da divulgação da data a nível local. A representante afirmou que os alimentos seguros são a chave dos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável, ODSs.

Autora de quatro livros de receita, a também escritora deu alguns exemplos de como aproveitar partes de alimentos que normalmente são jogadas fora.
Organização Mundial da Saúde estima que uma em cada 10 pessoas contraem intoxicação alimentar devido ao consumo de alimentos contaminados no mundo. Foto: ONU/Eskinder Debebe

Partilha

“Por exemplo em 2018, o nosso pais registou um total de cerca de 500 mil casos de diarreia, dos quais 100 mil casos de desinteiria, e outros 7 mil casos de cólera e que que estes casos no total correspondem a 5,5% dos casos de diarreia detectados e notificados”.

Em Moçambique, agências da Nações Unidas apelam a uma melhor partilha de informação sobre alimentos seguros com vista à redução de casos de doenças.

No evento, o representante da Organização das Nações Unidas para Agricultura e Alimentação, FAO, em Moçambique, Olman Serrano, destacou a importância do alimento seguro na dieta individual.

Segurança

“É muito importante lembrar as pessoas sobre alimentos seguros, isto quer dizer diminui as doenças. Sabemos que cerca de 10% da população mundial, mais de 700 mil pessoas ficam doentes por causa de alimentos não seguros. A segurança dos alimentos é primordial para a saúde das pessoas, principalmente as crianças”.

A ONU News também ouviu, a representante do Programa Mundial da Alimentação, PMA, no país. Karin Manente considera que a responsabilidade dos alimentos seguros é de todos e pode salvar vidas.

A representante do PMA em Moçambique, Karin Manente, destacou a importância do apoio dos parceiros.
Ouri Pota
A representante do PMA em Moçambique, Karin Manente, destacou a importância do apoio dos parceiros.

Longo Prazo

“Todos temos um papel a desempenhar da machamba (campo agrícola) à mesa para garantir que os alimentos que consumimos sejam seguros. Sem qualidade segura, os alimentos não devem ser consumidos e podem apresentar risco a saúde humana a curto ou longo prazo. Alimentos contendo bactérias nocivas, vírus ou substâncias químicas são responsáveis por mais de 200 tipos de doenças que matam mais de 2 milhões de pessoas anualmente,  a maioria criança.”

A Organização Mundial da Saúde estima que uma em cada 10 pessoas contraem intoxicação alimentar devido ao consumo de alimentos contaminados no mundo. Por ano, cerca de 420 mil pessoas morrem devido ao consumo de alimentos não seguros.

*De Maputo para ONU News, Ouri Pota