Agência da ONU alerta que fundos de operação têm déficit histórico
Escritório para Assistência Humanitária, Ocha, precisa de mais de US$ 34 bilhões para continuar com auxílio; mundo tem recorde de 303 milhões de pessoas em áreas de crise; neste 19 de agosto, ONU marca Dia Mundial Humanitário.
As Nações Unidas anunciaram que o custo de projetos de assistência este ano devem chegar a US$ 50 bilhões. E apesar de promessas de financiamento, apenas US$ 15 bilhões foram entregues até agora pelos países.
O alerta foi feito pelo Escritório da ONU para Assistência Humanitária, Ocha, na sexta-feira.

Demandas altas x financiamento lento
A agência diz que é o maior buraco de financiamento de sua história, num momento em que 303 milhões de pessoas estão vivendo em áreas de crise em todo o globo.
O apelo da ONU quer alcançar 204 milhões dentre os mais vulneráveis. O porta-voz do Ocha, Jens Laerke diz que o problema agora são as demandas no mundo subindo mais rapidamente que o financiamento obtido.
E os humanitários estão sendo solicitados a fazer mais e mais em ambientes perigosos.

Sudão do Sul, Afeganistão e Síria são os mais violentos
No ano passado, mais de 140 trabalhadores humanitários foram mortos em serviço. O número mais alto desde 2013.
Ainda em 2021, 203 humanitários ficaram feridos e 117 foram sequestrados enquanto trabalhavam.
Segundo Jens Laerke, Sudão do Sul, Afeganistão e Síria continuam sendo os países mais violentos. Somente neste ano, 168 trabalhadores humanitários foram atacados e 44 morreram.
Neste 19 de agosto, Dia Mundial Humanitário, o Ocha lança uma campanha chamada “É preciso uma aldeia”, na tradução do inglês.
A iniciativa mostra como os trabalhadores humanitários se unem para aliviar necessidades extremas.

Brasileiro Sergio Vieira de Mello morreu em Bagdá
Assim como o ditado: “É preciso uma aldeia para criar uma criança”, é preciso uma aldeia de humanitários trabalhando com comunidades atingidas para levar ajuda e esperança a pessoas afetadas por crises.
O chefe do Ocha, Martin Griffiths, disse que este ano, o público está convidado a participar na rede social do Dia Humanitário.
A data foi criada pela Assembleia Geral em 2008 para marcar o aniversário do atentado terrorista à sede da ONU em Bagdá, no Iraque.
O prédio da Missão das Nações Unidas no país foi alvo de um caminhão-bomba em 19 de agosto de 2003.
No ataque, morreram 22 funcionários da organização incluindo o chefe da Missão da ONU no país, o brasileiro Sergio Vieira de Mello.