ONU tenta levar ajuda humanitária a mais de 6,2 milhões em Mianmar
Desde o golpe militar em fevereiro de 2021, mais de 866 mil pessoas tiveram que fugir de suas casas; país do sudeste asiático já tinha 346 mil deslocados por outros conflitos; a maioria é do estado de Rakhine.
As Nações Unidas estão tentando chegar a mais de 6,2 milhões de pessoas que precisam de ajuda humanitária urgente em Mianmar, a antiga Birmânia.
Com a inflação, o preço dos combustíveis e alimentos disparados desde maio, a população está em profunda dificuldade socioeconômica.
Acesso e financiamento
Ao todo, são mais de 1,2 milhão de deslocados internos em Mianmar. Deste total, 866 mil birmaneses passaram à condição por causa do golpe militar de fevereiro.
Antes mesmo da intervenção, o país do sudeste asiático já tinha 346 mil deslocados por conflitos anteriores, a maioria do estado de Rakhine.

O Escritório de Assistência Humanitária da ONU, Ocha, informa que metade das pessoas que precisam de ajuda recebeu a atenção, mas para chegar às comunidades mais carentes, será preciso melhorar o acesso e o financiamento.
Até este 1º de agosto, somente 13% do apelo havia sido coberto deixando uma brecha de US$ 719 milhões.
Problemas mentais e aumento da tensão
Todos os centros de apoio estão subfinanciados e sem recursos, as operações não têm como continuar.
O aumento da tensão no estado de Rakhine também preocupa a ONU que já está agilizando planos de contingência.
A instabilidade e insegurança no sudoeste e noroeste do país além dos deslocamentos estão agravando problemas mentais entre crianças e cuidadores. A necessidade de proteção de crianças está aumentando na região.

No norte, o estado de Shan está registrando casos de recrutamento forçado, extorsões e de explosão de minas terrestres aumentando o risco para os deslocados internos.
Execuções e presos políticos incluindo um Nobel da Paz
Na semana passada, a junta militar executou quatro presos políticos incluindo o ex-deputado, Phyo Zeya, e colaborador da vencedora do Prêmio Nobel da Paz e líder da Liga Nacional pela Democracia, Aung San Suu Kyi.
O secretário-geral da ONU emitiu uma nota condenando as execuções e pedindo a libertação imediata de todos os presos políticos em Mianmar, entre eles Aung San Suu Kyi e o presidente do país, Win Myint.