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Preços dos alimentos atingem maior alta mensal em seis anos BR

Mangas e outras frutas em uma feira livre em São Paulo, no Brasil
© FAO/Miguel Schincariol
Mangas e outras frutas em uma feira livre em São Paulo, no Brasil

Preços dos alimentos atingem maior alta mensal em seis anos

Desenvolvimento econômico

Índice de Preços de Alimentos da FAO alcança 113,3 pontos em janeiro após aumento pelo oitavo mês consecutivo; alta foi impulsionada pelos custos de cereais, oleaginosas e açúcar. 
 

Os preços dos alimentos alcançaram um recorde mensal em janeiro atingindo o valor mais alto desde julho de 2014. A média de 113,3 pontos foi alcançada depois do aumento do custo global da comida observado em oito meses seguidos. 

O Índice de Preços de Alimentos da Organização das Nações Unidas para Agricultura e Alimentação, FAO, revelou esta quinta-feira uma subida de 4,3%, ou 4,7 pontos, em relação a dezembro de 2020.

Guterres prevê que fome no mundo piore com alta no preço dos alimentos.
Foto: FAO-Magnum Photos/Alex Webb
Guterres prevê que fome no mundo piore com alta no preço dos alimentos.

Carnes  

O aumento foi impulsionado por altas nos subíndices de açúcar, dos cereais e das oleaginosas. Os custos de carnes e dos laticínios subiram em menor grau. 

Na medição mensal que avalia os preços do mercado internacional, a maior alta foi do índice de preços do açúcar com 8,1%. A grande demanda global para a importação do produto gerou preocupações com a redução das reservas. 

Outro fator que influenciou os custos nesta categoria foi o aumento dos preços do petróleo bruto, especialmente do Brasil, em meio a surtos de gripe aviária que restringiram a produção e as exportações de vários países europeus. A valorização do real brasileiro também influenciou os preços internacionais do açúcar. 

De seguida, o Índice de Preços de Cereais teve um aumento mensal de 7,1%, que foi provocado pelos preços internacionais do milho. 

No mês passado, o valor dos óleos vegetais subiu 5,8%, o maior nível desde maio de 2012. 

Preços de laticínios subiu 1,6%
FMI/Cyril Marcilhacy
Preços de laticínios subiu 1,6%

Laticínios 

No mês que marca o oitavo aumento consecutivo de preços alimentares, o índice de preços de laticínios da FAO subiu para 1,6%. 

O Índice de Preços de Carne esteve em alta pelo quarto mês consecutivo, alcançando 1% a mais do que em dezembro de 2020. O principal fator foi a aceleração nas importações globais de carne de frango. 

Esta quinta-feira, a FAO também publicou o Resumo de Oferta e Demanda de Cereais. A atualização sobre a produção, consumo, comércio e tendências de estoque revela estimativas de uma produção global recorde de trigo e arroz em  2020. 

Na produção de cereais em 2021, espera-se um aumento modesto para as safras de trigo durante o inverno no Hemisfério Norte, estimulado pelo aumento de áreas cultivadas na França, na Índia, na Rússia e nos Estados Unidos.  

As previsões apontam para uma queda ligeira na produção de milho no Hemisfério Sul. Argentina e Brasil já registaram recordes históricos e as perspetivas de safras em países da África Austral são favoráveis.