Bachelet diz que Etiópia deve resolver diferenças sem lançar mão da violência
Alta comissária de direitos humanos emitiu nota pedindo calma na região etíope de Tigray, no norte do país, e para onde o governo enviou tropas federais; tensão entre forças regionais e nacionais começou na semana passada, atingindo também a região de Oromia.
As Nações Unidas pediram a redução das tensões no norte da Etiópia após o governo ter enviado tropas nacionais à região de Tigray, no norte do país. Segundo autoridades etíopes, a medida é uma resposta a um ataque a uma base militar e que teria sido atribuído à Frente de Libertação do Povo Tigray, Tplfna sigla em inglês.
Em comunicado, a alta comissária de direitos humanos, Michelle Bachelet, pediu calma. Para ela, todas as partes devem buscar o diálogo e tentar resolver as diferenças sem lançar mão da violência.
Emergência
As tensões começaram na quarta-feira com o envio das forças federais atingindo também a região de Oromia. Os confrontos entre tropas nacionais e regionais levaram o Conselho Federal a declarar estado de emergência por seis meses.
As tensões entre o governo etíope e as autoridades regionais de Tigray começaram há vários meses.
Para a alta comissária, as restrições impostas aos moradores de Tigray afetam o direito de locomoção e liberdade de expressão. Desde 3 de novembro, a região está sem conexão de internet e telefone.
Para Bachelet, impedir a comunicação leva à impossibilidade de monitorar a situação no terreno especialmente o impacto dos confrontos sobre a população local. Ela pediu que os serviços sejam restabelecidos.
Investigação
No domingo, um grupo armado atacou membros da comunidade étnica Amhara na zona de Wollega na região de Oromia.
O governo informou que este ataque matou 32 pessoas, mas outros relatos dão conta de um número de vítimas fatais mais alto.
A alta comissária da ONU pediu uma investigação imediata e independente. Ela disse que as autoridades regionais e federais têm que garantir a proteção da população.
Michelle Bachelet concluiu dizendo que acredita no sucesso da inclusão social e do desenvolvimento econômico dos etíopes assim como o respeito pelos direitos humanos e pelas liberdades fundamentais.