Perspectiva Global Reportagens Humanas

Bachelet diz que Etiópia deve resolver diferenças sem lançar mão da violência BR

Alta comissária Michelle Bachelet disse que impacto da Covid-19 na saúde está longe chegar ao fim
ONU
Alta comissária Michelle Bachelet disse que impacto da Covid-19 na saúde está longe chegar ao fim

Bachelet diz que Etiópia deve resolver diferenças sem lançar mão da violência

Paz e segurança

Alta comissária de direitos humanos emitiu nota pedindo calma na região etíope de Tigray, no norte do país, e para onde o governo enviou tropas federais; tensão entre forças regionais e nacionais começou na semana passada, atingindo também a região de Oromia.

As Nações Unidas pediram a redução das tensões no norte da Etiópia após o governo ter enviado tropas nacionais à região de Tigray, no norte do país. Segundo autoridades etíopes, a medida é uma resposta a um ataque a uma base militar e que teria sido atribuído à Frente de Libertação do Povo Tigray, Tplfna sigla em inglês.

Em comunicado, a alta comissária de direitos humanos, Michelle Bachelet, pediu calma. Para ela, todas as partes devem buscar o diálogo e tentar resolver as diferenças sem lançar mão da violência.

Apelo urgente é para que todas as partes no conflito permitam um acesso humanitário
FAO/Filippo Brasesco
Apelo urgente é para que todas as partes no conflito permitam um acesso humanitário

Emergência

As tensões começaram na quarta-feira com o envio das forças federais atingindo também a região de Oromia. Os confrontos entre tropas nacionais e regionais levaram o Conselho Federal a declarar estado de emergência por seis meses. 

As tensões entre o governo etíope e as autoridades regionais de Tigray começaram há vários meses.

Para a alta comissária, as restrições impostas aos moradores de Tigray afetam o direito de locomoção e liberdade de expressão. Desde 3 de novembro, a região está sem conexão de internet e telefone.

Para Bachelet, impedir a comunicação leva à impossibilidade de monitorar a situação no terreno especialmente o impacto dos confrontos sobre a população local. Ela pediu que os serviços sejam restabelecidos.

Refugiados da Somália no campo de refugiados de Burumino na Etiópia
Unicef/Jiro Ose
Refugiados da Somália no campo de refugiados de Burumino na Etiópia

Investigação

No domingo, um grupo armado atacou membros da comunidade étnica Amhara na zona de Wollega na região de Oromia.

O governo informou que este ataque matou 32 pessoas, mas outros relatos dão conta de um número de vítimas fatais mais alto.

A alta comissária da ONU pediu uma investigação imediata e independente. Ela disse que as autoridades regionais e federais têm que garantir a proteção da população.

Michelle Bachelet concluiu dizendo que acredita no sucesso da inclusão social e do desenvolvimento econômico dos etíopes assim como o respeito pelos direitos humanos e pelas liberdades fundamentais.