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EUA receberam mais de um terço dos refugiados reassentados pelo Acnur BR

A maioria dos refugiados, 47% dos 63 mil candidatos reassentados pelo Acnur, saiu da Síria.
© Acnur/Hossein Fatemi
A maioria dos refugiados, 47% dos 63 mil candidatos reassentados pelo Acnur, saiu da Síria.

EUA receberam mais de um terço dos refugiados reassentados pelo Acnur

Migrantes e refugiados

Sírios foram maioria dos beneficiados pelas operações da Agência da ONU para Refugiados, Acnur, em 2019; este ano, Acnur espera que 31 países recebam até 70 mil refugiados com o apoio das Nações Unidas.

Os Estados Unidos foram o país que mais receberam requerentes de asilo numa iniciativa de reassentamento implementada pela Agência da ONU para os Refugiados, Acnur, em 2019.

Pelo menos 21.159 pessoas chegaram ao território americano em operações intermediadas pela agência, no ano passado. Em segundo lugar aparecem Canadá com cerca de 9 mil pessoas, seguido por Reino Unido com mais de 5,5 mil beneficiários. A lista inclui Suécia e Alemanha.

Refugiados somalis embarcam em um voo do Quênia, para a Suécia, onde em breve serão reassentados.
Refugiados somalis embarcam em um voo do Quênia, para a Suécia, onde em breve serão reassentados. Foto: © Acnur/Sebastian Rich ​​​​​​​

Dado

A maioria dos refugiados, 47% dos 63 mil candidatos reassentados, saiu da Síria. Depois dos sírios, o programa acolheu pessoas da República Democrática do Congo e de Mianmar, a antiga Birmânia.

O Acnur chama a atenção para a “enorme diferença” entre as necessidades de reassentamento e o número de locais que são oferecidos pelos governos de todo o mundo.

No ano passado, a entidade atendeu somente cerca de 4,5% dos 1,4 milhão de refugiados que precisavam de apoio urgente em nível global. O número corresponde a 63.695 beneficiados em 29 países.

Em 2020, a expectativa é que 31 nações reassentem até 70 mil refugiados com o apoio desta agência das Nações Unidas. Este dado continua sendo preocupante por cobrir uma pequena proporção da resposta necessária.

Proteção

A agência destaca que houve um aumento de 14% no número de refugiados reassentados em 2019, em comparação ao ano anterior.

De acordo com a diretora de Proteção Internacional do Acnur, Grainne O'Hara, o reassentamento não é uma solução para todos os refugiados do mundo, mas é uma medida essencial para garantir a proteção daqueles em maior risco e cujas vidas dependem desse tipo de operação.

Para o Acnur, deve haver mais oportunidades de reassentamento de refugiados e outras vias para que estes sejam admitidos nos países. Entre elas estão o reagrupamento familiar, as rotas de trabalho e de estudo que estão previstas no Pacto Global sobre Refugiados.

Para a agência esta é uma maneira concreta de partilhar as responsabilidades entre os países. Outro pedido é que haja mais solidariedade com as nações anfitriãs que apoiam as populações refugiadas.

Em dezembro de 2018, o Pacto Global para a Migração foi aprovado com 152 votos a favor, cinco contra e 12 abstenções.
Foto: ONU/Manuel Elias
Em dezembro de 2018, o Pacto Global para a Migração foi aprovado com 152 votos a favor, cinco contra e 12 abstenções.

Reassentamento

Em 2019, o Acnur criou a Estratégia Trienal sobre Reassentamento e Vias Complementares em parceria com governos, organizações não-governamentais e da sociedade civil.

A ideia é atuar em conjunto para aumentar o número de locais de reassentamento e as admissões, além de expandir o número de países que oferecem esses programas.

As prioridades do Acnur para este ano incluem aumentar  locais de reassentamento e países que admitem refugiados e outras vias complementares, além de garantir maior rigor no programa de reassentamento.

Para a Iniciativa de Reassentamento Sustentável e Vias Complementares em parceria com a Organização Internacional para Migrações a agência precisa de US$ 19,9 milhões para o sucesso das suas operações.