ONU ajuda a recuperar seis rádios em Moçambique destruídas durante ciclone Idai
Emissoras foram essenciais para transmitir mensagens de prevenção antes do desastre natural; com a recuperação das seis estações, ouvintes voltam a receber notícias e programação nove meses depois do desastre; juntas, as seis rádios têm mais de 1,9 milhão de ouvintes na província de Sofala.
Uma rede de organizações humanitárias, governamentais e do setor privado liderada pelo Programa Mundial de Alimentos, PMA, ajudou a reavivar emissoras de rádio que haviam sido destruídas pelo ciclone Idai, que afetou a região da Beira, em Moçambique.
A união do grupo restabeleceu seis estações que voltaram ao ar nove meses após o desastre natural, que afetou o país no ano passado. O PMA disse que as emissoras “estão mais fortes do que nunca.”
Prevenção
Foi o serviço de informação dessas rádios que ajudou horas antes do ciclone, com notícias e recomendações para preparar as pessoas para o desastre. Segundo o PMA, “muitos conseguiram sobreviver devido aos avisos e conselhos transmitidos.”
Na véspera da passagem do Idai, as rádios de Sofala, Dondo, Aguia, Buzi e Nhamatanda receberam informações do governo local sobre como proteger os moradores.
Esses avisos foram dados pelos apresentadores, que também informaram sobre dicas de alimentos e documentos, busca de abrigo em terrenos altos, união da família e a importância de cuidados como se manterem longe de árvores e cabos, em áreas secas e com telefones carregados.
Falando ao PMA, o presidente do Conselho Municipal de Nhamatanda disse que “a rádio foi muito importante” porque “os avisos salvaram muitas vidas.”
Pós-ciclone
As estações continuaram a transmitir até perderem energia elétrica ou até mesmo seus equipamentos na tragédia. Um apresentador da Rádio Nhamatanda, Rodrigues, decidiu dormir no chão do estúdio para salvar o material. Ele conta que o ciclone Idai destruiu a casa dele.
O serviço da rádio também foi importante nos dias após a passagem do ciclone com utilidade pública para que os sobreviventes pudessem reencontrar seus familiares.
Uma das sobreviventes ligou para um programa e conseguiu ajuda para localizar o marido que foi levado pelas correntes.
Em novembro, um Complexo de Telecomunicações de Emergência, liderado pelo PMA, conseguiu restabelecer seis estações com novas torres de comunicação, transmissores e microfones.
Hoje, mais de 1,9 milhão de ouvintes podem novamente sintonizar suas estações de rádio favoritas.
O PMA diz que “o que aconteceu nos últimos meses não pode ser apagado, mas as pessoas podem estar melhor preparadas para o próximo desastre tendo acesso à informação.” Segundo a agência, “as rádios comunitárias podem ser uma tábua de salvação.”