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América Latina entra em nova fase de crescimento frágil, diz Banco Mundial BR

Alguns países deverão sofrer ainda mais  por causa da forte dependência em relação ao comércio global.
Agência Brasil/Tânia Rêgo
Alguns países deverão sofrer ainda mais por causa da forte dependência em relação ao comércio global.

América Latina entra em nova fase de crescimento frágil, diz Banco Mundial

Desenvolvimento econômico

Novo relatório do economista-chefe para a região também analisa possíveis impactos de acordos e tensões comerciais; economia do Brasil terá crescimento de 0,9% este ano e de 2% em 2020; na próxima semana, Banco Mundial e FMI realizam seus encontros anuais.*

O Banco Mundial revisou, nesta quinta-feira, as previsões de crescimento econômico para o Brasil e a região da América Latina e Caribe.

No Brasil, a economia deve crescer 0,9% em 2019 e 2% em 2020. Na América Latina e Caribe, excluindo a Venezuela, a economia crescerá 0,8% neste ano e deverá aumentar 1,8% no próximo. As informações vêm do relatório semestral do economista-chefe para a região, Martin Rama.

No Brasil, a economia deve crescer 4,5% em 2021
No Brasil, a economia deve crescer 0,9% em 2019 e 2% em 2020. Foto: Divulgação / Prefeitura de Santos

Demanda

Segundo o documento, lançado em Washington, a região entrou numa nova fase de desempenho econômico frágil. As exportações estão relativamente fracas e os espaços fiscais limitados deixam pouco fôlego para estimular a demanda doméstica.

Uma nova escalada das tensões comerciais entre Estados Unidos e China pode piorar as perspectivas para toda a região, embora alguns países e grupos tenham se beneficiado disso.

Por exemplo, os produtores brasileiros de soja que exportam para o país asiático estão conquistando o espaço dos norte-americanos. Já o México ultrapassou a China como o principal parceiro comercial dos Estados Unidos.

Mercosul – União Europeia

O novo relatório do Banco Mundial informa que a América Latina e o Caribe podem ter crescimento econômico mais forte se aumentarem a integração às cadeias de valor internacionais.

Historicamente, a região se concentrou em acordos comerciais intrarregionais, e não nos globais, que aumentam a complexidade econômica dos países em desenvolvimento. De acordo com o estudo, os acordos Sul-Norte tendem a trazer impactos significativos no crescimento.

Mesmo assim, o relatório analisa com cautela o acordo entre Mercosul e União Europeia, cujas negociações foram concluídas em junho. Embora possa haver um efeito geral positivo significativo no crescimento, o acordo não deve trazer mudanças drásticas na maioria dos setores e no emprego.

Brasil, Argentina, Paraguai e Uruguai, que formam o Mercosul, devem crescer em produção agrícola e pecuária.  

Na próxima semana, o Banco Mundial realiza suas reuniões anuais com o Fundo Monetário Internacional, FMI, para discutir esses e outros temas relevantes para o desenvolvimento.

Brasil, Argentina, Paraguai e Uruguai, que formam o Mercosul, devem crescer em produção agrícola e pecuária.
Unep Grid Arendal/Riccardo Pravettoni
Brasil, Argentina, Paraguai e Uruguai, que formam o Mercosul, devem crescer em produção agrícola e pecuária.

 

*Mariana Ceratti, do Banco Mundial Brasil