Alta de preço dos alimentos pode atrasar luta contra pobreza
Especialista da FAO diz que subida de preços põe pressão sobre programas de transferência de renda, que são estratégia-chave da América Latina no combate à fome.
Mônica Villela Grayley, da Rádio ONU em Nova York.
Um especialista da Organização das Nações Unidas para Agricultura e Alimentação, FAO, afirmou que a alta no preço dos alimentos pode atrasar a luta contra a pobreza na América Latina.
Em entrevista à Rádio ONU, Adoniram Sanches, encarregado de políticas para América Latina e Caribe, no Escritório Regional da FAO, em Santiago do Chile, falou sobre a situação nos países do Mercosul.
Exportadores
“Nós aqui do Mercosul: o Brasil, Argentina, Paraguai, Uruguai, Bolívia, somos exportadores de alimentos. Mas mesmo assim, 8% da população brasileira vivem em pobreza extrema. Então exporta, mas se descuida para dentro. Este número já chegou a ser, em 2003, ao redor de 24% da população. E nós (Brasil) temos exportação, temos petróleo, então conseguimos fazer uma política agressiva, como a da Argentina, para fazer este pagamento do custo social.”
Adoniram Sanches que foi vice-ministro do Programa Fome Zero, no Brasil, falou à Rádio ONU sobre o III Fórum da Frente Parlamentar contra a Fome da América Latina e Caribe.
O grupo encerrou o encontro, na semana passada, na Cidade da Guatemala. O objetivo da Frente é discutir medidas para erradicar a fome até 2025 na América Latina.