Ministra do Brasil promete país com "os mais altos padrões de direitos humanos" BR

Damares Alves discursou no primeiro dia da 40ª Sessão do Conselho de Direitos Humanos, em Genebra; representante destacou temas como direitos das mulheres, povos indígenas, população Lgbt, tragédia de Brumadinho e situação na Venezuela.
A ministra da Mulher, da Família e dos Direitos Humanos do Brasil, Damares Alves, disse esta segunda-feira que o Brasil se compromete com "os mais altos padrões de direitos humanos".
A representante discursou no primeiro dia da 40ª Sessão do Conselho de Direitos Humanos, que acontece em Genebra, na Suíça, até 22 de março.
Durante o discurso, que durou cerca de 15 minutos, Damares Alves destacou os direitos das mulheres, com atenção especial a casos de feminicídio e abuso sexual.
“Políticas de proteção e defesa dos direitos da mulher terão tratamento prioritário. Não pouparemos esforços no enfrentamento da discriminação e da violência contra as mulheres, sobretudo o feminicídio e o assédio sexual. É compromisso dessa ministra e do presidente Jair Bolsonaro fazer com que as políticas públicas sejam destinadas a todas as mulheres da nação brasileira. Vamos alcançar, portanto, mulheres muitas vezes invisíveis, que integram povos e comunidades tradicionais, como as mulheres indígenas, quilombolas, pescadoras artesanais, as quebradeiras de cocos, as ribeirinhas, as ciganas, entre outras.”
A representante prometeu redobrar “os esforços para prevenir a mortalidade materna, neonatal e infantil.” Também disse que o governo buscará “revigorar o Bolsa Família, por meio de desembolso do 13º benefício” e que, ao mesmo tempo, realizará “auditoria para coibir irregularidades e excessos.”
A ministra afirmou que defenderá o direito de todos "à vida desde a concepção" e que uma das suas prioridades será o "fortalecimento de vínculos familiares".
A representante falou ainda sobre o trabalho que fará para proteger minorias e representantes na área dos direitos humanos.
“Reiteramos, igualmente, nossa determinação de combater a violência e discriminação contra pessoas LGBT. Para tanto, o ministério conta com diretoria especifica e técnicos capacitados para desenvolver relevante trabalho nesta área. O Brasil também segue comprometido com a proteção dos corajosos defensores de direitos humanos, cujo trabalho contribui para a plena fruição dos direitos humanos por todos. Com essa preocupação, reforçamos o programa de proteção de defensores de direitos humanos, que passou a incluir, explicitamente, comunicadores sociais e ambientalistas.”
Damares Alves mencionou ainda a tragédia de Brumadinho, que aconteceu no mês passado em Minas Gerais, quando uma barragem se rompeu, causando pelo menos 179 mortes. A ministra afirmou que "a ação ou omissão de empresas pode ter consequências concretas sobre os direitos humanos".
A ministra também se referiu à situação na Venezuela. No fim de semana, o secretário-geral das Nações Unidas, António Guterres, disse que “está seguindo com crescente preocupação a escalada das tensões” e que ficou “chocado e entristecido” ao saber que vários civis perderam a vida depois de confrontos junto à fronteira com o Brasil e a Colômbia.
Damares afirmou que o governo brasileiro está preocupado “com as persistentes e sérias violações de direitos humanos” cometidas pelo regime de Nicolás Maduro.
A representante também disse que “o Brasil apela à comunidade internacional a somar-se ao esforço de libertação da Venezuela, reconhecendo o governo legítimo de Guaidó e exigindo o fim da violência das forças do regime contra sua própria população.”
Dizendo que os povos indígenas são "um tópico particularmente caro e querido", a ministra terminou o discurso se despedindo em língua indígena tupi e de sinais.