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Moçambique entre os que reduziram abastecimentos para refugiados

Refugiados no continente africano enfrentam crise de segurança alimentar. Foto: Acnur/C. Fohlen

Moçambique entre os que reduziram abastecimentos para refugiados

Acnur cita países do continente africano obrigados a fazer cortes até 60%; em África, 800 mil refugiados enfrentam carências alimentares; Guterres afirma que com novas crises o continente tornou-se esquecido.

Eleutério Guevane, da Rádio ONU em Nova Iorque.

Moçambique está entre os seis países onde foram reduzidas rações para um total de 338 mil refugiados africanos.

A diminuição ocorreu numa margem compreendida entre cinco e 43%, refere uma nota conjunta do Alto Comissariado da ONU para Refugiados, Acnur, e do Programa Mundial de Alimentação, PMA. Os outros são a Libéria, o Burkina Faso, o Gana, a Mauritânia e o Uganda.

Escassez

Em todo o continente africano, as agências estimam que 800 mil refugiados enfrentam uma alarmante escassez alimentar.

Falando em Genebra, o alto comissário da ONU para Refugiados disse que com a multiplicação de crises em 2014, África ficou de certa forma esquecida. António Guterres mencionou a atenção dada aos conflitos da Síria, da Ucrânia e do Iraque.

Solução

Como referiu, tais conflitos criaram uma situação de crise de segurança alimentar para os refugiados em África, que deve ser abordada. A proposta de solução é que sejam dados recursos adicionais ao PMA para restabelecer um apoio normal às necessidades alimentares dos refugiados africanos.

Necessidades

Para ilustrar a gravidade da situação, as agências indicam que 450 mil refugiados de áreas remotas da República Centro-Africana, do Chade e do Sudão do Sul tiveram abastecimentos cortados em cerca de metade.

O Acnur e o PMA consideram a situação crítica, especialmente para as crianças. Muitas delas estão em níveis de desnutrição considerados inaceitáveis, com baixa estatura e anemia.

As duas agências precisam de US$ 225 milhões para permitir que sejam restauradas as rações completas e evitadas novas reduções nos próximos seis meses.