Mundo presta homenagem a funcionários humanitários
Vários instalações da ONU observaram um minuto de silêncio para honrar trabalhadores do setor; ano passado foi marcado por 148 incidentes violentos contra o grupo, com um total de 287 vítimas.
Eleutério Guevane, da Rádio ONU em Nova Iorque.
As Nações Unidas marcam este 19 de agosto, o Dia Mundial de Assistência Humanitária, com a deposição de uma coroa de flores em homenagem aos que perderam suas vidas em Bagdad, em 2003. O evento ocorreu diante da placa da sede da organização, em Nova Iorque.
A data assinalada sob o lema "Uma Humanidade” marca o 13º aniversário do bombardeamento da sede das Nações Unidas, onde morreram 22 funcionários da ONU incluindo o chefe da Missão, o brasileiro Sergio Vieira de Mello.
Silêncio
O vice-secretário-geral da ONU, Jan Eliasson, liderou a cerimónia solene marcada por um momento de silêncio. Em 2015, houve 287 trabalhadores humanitários que sofreram violência em 148 incidentes. Pelo menos 109 morreram.
Em Roma, a diretora do Programa Mundial de Alimentação, PMA, reiterou a ajuda incansável da agência aos necessitados. Ertharin Cousin citou o trabalho em situações como conflito e danos da seca em situações como na Síria e na África Austral.
Guiné-Bissau
No dia da homenagem aos funcionários humanitários, a Rádio ONU entrevistou o brasileiro Thomas Georgi, de São Paulo, que contou as memórias do primeiro contacto com África, na Guiné-Bissau. Ele soma 12 anos de serviço no setor.
“Uma das experiências que mais me marcou foi a primeira experiência com o PMA que foi na Guiné-Bissau. Tive mais experiências com os locais e com o povo de lá. Pude visitar a casa deles e eles puderam visitar a minha. Fui convidado para a janta e almoços e tive uma relação bem próxima. Para mim foi muito importante porque, tendo bem pouco, eles estavam bem prontos para dividir. Eram sempre muito queridos comigo e acho que foi uma das principais e também uma das experiências que me motivou a continuar trabalhando para o PMA.”
Grande Risco
Ertharin Cousin disse que apesar de muitos perigos enfrentados em vários locais onde trabalham funcionários humanitários, estes continuam empenhados em cumprir o seu dever “por vezes com grande risco pessoal”.
A representante pediu ação urgente e parcerias para chegar a milhões de afetados por crises que não têm nenhuma garantia de ter a sua próxima refeição.
O apelo de Cousin é por “uma maior ação global” para acabar com a fome e cumprir a promessa da humanidade compartilhada.
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