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FAO e PMA: crise devasta economia da República Centro-Africana

FAO e PMA: crise devasta economia da República Centro-Africana

Agências da ONU afirmam que população não tem condições de garantir as suas necessidades básicas; autoridades disseram que país precisa de uma grande operação humanitária pelos próximos 18 meses.

Edgard Júnior, da Rádio ONU em Nova Iorque.*

Agências da ONU afirmaram que a crise sem precedentes na República Centro-Africana está a devastar a economia e as condições de a população garantir suas necessidades básicas.

O alerta foi feito pela Organização das Nações Unidas para Agricultura e Alimentação, FAO, e pelo Programa Mundial de Alimentação, PMA.

Operação Humanitária

As duas entidades defendem que o país precisa de uma longa e cara operação humanitária por pelo menos 18 meses para reduzir as perdas crescentes e preparar o caminho para a reconstrução dos meios de subsistência. 

O relatório das agências da ONU afirma que 1,6 milhão de pessoas foram afetadas diretamente pela crise e carecem urgentemente de comida. O número representa mais do dobro das estimativas de fevereiro de 2013. 

O documento realça ainda que no mês passado, 625 mil pessoas estavam deslocadas na República Centro-Africana.

A FAO e o PMA disseram que o conflito, que começou em 2012, já causou a destruição de casas, de lavouras, do gado e de bens de produção cruciais por todo o país.

Desafios

Segundo as agências, desde o início de 2013, os centro-africanos  enfrentam uma série de desafios, que vão desde o acesso a alimentos, a interrupção do comércio até a perda do poder de compra.

O desemprego é muito alto em todos os setores, formal e informal, e os funcionários públicos não são pagos há vários meses.

A FAO está a ajudar 75 mil famílias agricultoras  e a 400 grupos de agricultores com sementes e equipamentos para plantar.

O PMA presta assistência a 1,2 milhão de mulheres, crianças e homens. A agência fornece comida a deslocados, apoio nutritivo às crianças desnutridas e às mulheres que acabaram de ter filhos.

Além disso, a organização ajuda pessoas com HIV/Sida e na merenda escolar para crianças.

*Apresentação: Denise Costa.