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Piora da segurança na República Centro-Africana prejudica assistência

Agência cita dificuldades no acesso aos civis. Foto: PMA

Piora da segurança na República Centro-Africana prejudica assistência

Programa Mundial de Alimentação cita continuação da violência, deslocamento de civis e chuvas como dificuldades para garantir ajuda humanitária; voos das Nações Unidas reduzidos a um por semana.

Leda Letra, da Rádio ONU em Nova Iorque.

O Programa Mundial de Alimentação, PMA, está bastante preocupado com a piora da segurança na República Centro-Africana. A continuação da violência e o deslocamento de pessoas está a tornar mais difícil alcançar civis que necessitam de assistência humanitária.

A temporada de chuvas traz outro desafio às operações do PMA. Apesar das dificuldades, a agência da ONU conseguiu ajudar, em junho, 400 mil pessoas em 45 localidades. Foram distribuidas 4,7 mil toneladas de alimentos. Cerca de 80% dos civis estavam fora de Bangui.

Serviço Aéreo

Em zonas rurais, o PMA  e a FAO coordenam a distribuição de sementes para a época de plantio, o que já beneficiou 176 mil pessoas. Mas devido à falta de combustível em Bangui, o Serviço Aéreo Humanitário da ONU teve de reduzir suas operações para apenas um voo por semana.

No domingo, o PMA recebeu uma entrega de Nairóbi de 300 barris de combustível, num total de 60 mil litros e é esperado um novo carregamento até o final da semana, para manter as operações aéreas. 

Ao fazer um balanço dos serviços prestados em junho, o PMA destacou que 65 mil crianças receberam refeições nas escolas de Bangui, Bouar, Bossangoa, Paoua e Kanga-Bandoro.

Ataques

O tratamento para casos de má-nutrição severa foi fornecido a 12,5 mil crianças da República Centro-Africa menores de cinco anos de idade.

A coordenadora humanitária da ONU no país, Claire Bourgeois, condenou fortemente a “violência indiscriminada contra deslocados” numa catedral em Bambari na segunda-feira e ataques contra três mesquitas no fim de semana.

Para a representante, os atos “são inaceitáveis” e a população civil centro-africana precisa ser respeitada e ter sua segurança garantida.