Terceira onda de Covid atingiu Mianmar como um tsunami, diz agência da ONU BR

Diretor do Programa Mundial de Alimentos, Stephen Anderson, conta que crise agravou situação da fome que pode dobrar até outubro afetando 6,2 milhões de pessoas; PMA alertou sobre escassez de fundos; 70% do financiamento para o próximo semestre ainda não foi preenchido.
Mianmar atravessa uma terceira onda de contaminação com a Covid-19, que está afetando o país com a força de um tsunami.
A descrição é do diretor do Programa Mundial de Alimentos em Mianmar, Stephen Anderson.
Ele lembra que a segunda onda no ano passado já havia causado destruição e agravado a crise humanitária na nação do sudeste asiático.
A pandemia aumentou os níveis de fome e desemprego, elevou os preços dos combustíveis e dos alimentos, crise política, violência e o deslocamento em Mianmar.
A situação humanitária piorou com o golpe militar no início deste ano.
Em abril, o PMA havia alertado que o número de pessoas passando fome poderia dobrar para 6,2 milhões até outubro.
Stephen Anderson afirma que 90% das pessoas vivendo em favelas e comunidades ao redor de Yangon contaram ter que pedir dinheiro emprestado para comprar comida.
Em maio, o PMA lançou uma operação para atender 2 milhões de birmaneses em Yangon e Mandalay, as duas maiores cidades do país.
A maioria dos assistidos são mães, crianças, idosos e pessoas com deficiência.
Desde fevereiro, mais de 220 mil birmaneses fugiram da violência aumentando o número de deslocados internos.
A agência da ONU apoiou um total de 1,2 milhão de pessoas com alimentos, dinheiro e assistência alimentar este ano em áreas urbanas e rurais de Mianmar.
Somente no estado de Rakhine, antes da intervenção militar, 1 milhão de deslocados internos já precisavam de ajuda.
Mas o PMA alerta para uma crise financeira no orçamento da agência, que até agora não recebeu 70% dos fundos necessários para o próximo semestre.
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