Sudão do Sul completa 10 anos de independência, “com mais guerras do que paz” BR

No aniversário do país mais novo do mundo, Nações Unidas falam em oportunidade para um novo impulso ao processo de paz; cidadãos merecerem estabilidade e prosperidade; Acnur calcula que 60% da população não têm o suficiente para comer.
O Sudão do Sul completa 10 anos nesta sexta-feira, com as Nações Unidas fazendo um apelo por um novo impulso para a conquista do processo de paz. O país mais novo do mundo, no nordeste da África, se tornou independente do Sudão no dia 09 de julho de 2011.
O representante do secretário-geral da ONU para o Sudão do Sul pede aos líderes do país para que “tornem realidade os sonhos e as esperanças” que surgiram há uma década.
Nicholas Haysom destacou alguns progressos alcançados desde 2018, como “a formação de um governo de transição, o retorno da legislação nacional e o início do processo de criação da constituição”.
Mas segundo o representante da ONU, a “implementação dos acordos está lenta e o processo de paz continua frágil”. Haysom lembrou que os soldados de paz das Nações Unidas fazem o melhor que podem para criar um ambiente seguro aos processos políticos e à entrega de ajuda humanitária.
A agência da ONU para Refugiados, Acnur, destaca que em 10 anos de independência, o Sudão do Sul “teve mais guerras do que paz”. Confrontos violentos criaram um “ciclo vicioso de conflitos inter-comunitários, além de uma situação humanitária terrível”.
O Sudão do Sul é o país da África com a maior crise de deslocados: 2,2 milhões de pessoas fugiram para nações vizinhas, como Etiópia, Sudão e Uganda, sendo que 1,6 milhão continuam no Sudão do Sul, mas como deslocados internos.
O Acnur também destaca a crise de nutrição dos sul-sudaneses: 7,2 milhões de pessoas, ou 60% da população, sofre de insegurança alimentar.
Ao celebrar com a população o aniversário de 10 anos, a agência da ONU faz um apelo à comunidade internacional, para que enviem recursos financeiros essenciais. Até o momento, o Acnur recebeu apenas 38% dos US$ 224 milhões que a agência precisa para fazer seu trabalho no Sudão do Sul este ano.