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Chefe da ONU condena “brutais agressões sexuais” no Sudão do Sul

Guterres refere que violações e outras formas de violência sexual “têm sido uma característica persistente do conflito no Sudão do Sul”
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Guterres refere que violações e outras formas de violência sexual “têm sido uma característica persistente do conflito no Sudão do Sul”

Chefe da ONU condena “brutais agressões sexuais” no Sudão do Sul

Paz e segurança

Secretário-geral alerta para persistência deste tipo de violência na região e pede que responsáveis sejam julgados; ONU apela ao governo do Sudão do Sul que denuncie estes atos; violência fragiliza processo de paz.

O Secretário-Geral da ONU, António Guterres, condenou com veemência os “brutais ataques sexuais” contra mulheres e meninas que aconteceram nos últimos dez dias no Sudão do Sul.

Em nota emitida pelo seu porta-voz, Stephane Dujarric, o líder da ONU lembra que esses “atos horríveis” continuam a acontecer e que a situação de segurança para os civis continua a ser muito má, especialmente para mulheres e crianças.

Insegurança

O secretário-geral sublinha que a única solução viável para a segurança e a prosperidade do povo do Sudão do Sul é a cessação imediata das hostilidades
O secretário-geral sublinha que a única solução viável para a segurança e a prosperidade do povo do Sudão do Sul é a cessação imediata das hostilidades  ​​​​​​​Foto Unicef/ Bullen Chol

Guterres destaca que violações e outras formas de violência sexual “têm sido uma característica persistente do conflito no Sudão do Sul”, usado      como tática de guerra.

O secretário-geral sublinha que tal “comportamento predatório” contra os mais vulneráveis ​​é “inaceitável” e apela aos líderes de todas as partes do conflito, e futuros líderes do Governo de Transição da Unidade Nacional, que garantam “a segurança dos civis e combatam a impunidade por esses crimes através da investigação e julgamento de criminosos.”

O secretário-geral sublinha que a única solução viável para a segurança e a prosperidade do povo do Sudão do Sul é a cessação imediata das hostilidades e a plena implementação do Acordo Revitalizado sobre a Resolução do Conflito no Sudão do Sul.

Apelos

Também as representantes especiais da ONU para a Violência Sexual em Conflito, Pramila Patten, para Crianças e Conflitos Armados, Virgínia Gamba, e o enviado especial para a Prevenção do Genocídio, Adama Dieng, condenaram os relatos das 150 mulheres e meninas violentadas entre 19 a 29 de novembro, perto de Bentiu.

As violações terão ocorreram em uma área controlada pelo governo e são, alegadamente, da responsabilidade de jovens que vestiam roupas civis ou uniformes militares.

Estes representantes da ONU pedem ao governo do Sudão do Sul que denuncie com urgência esses “atos repulsivos”, promovendo investigações e assegurando que os autores sejam processados ​​e responsabilizados.

Para as Nações Unidas, a prestação de contas é fundamental para obter uma paz duradoura e a reconciliação entre as comunidades do Sudão do Sul, por isso, pede ao governo que tome todas as medidas apropriadas para acabar com “a impunidade crónica” que prevalece no país.