OMS ressalta progressos no acesso a diagnóstico e tratamento da hepatite C
Avanços ocorreram em países de rendas média e baixa com alguns alcançando aumento de 20 vezes no número de pessoas tratadas com antirretrovirais entre 2015 e 2018; após Estratégia Nacional, testes passaram a custar de US$ 1 a US$ 8 por paciente.
A Organização Mundial da Saúde, OMS, informou que mais de 120 países já adotaram a Estratégia Nacional contra a Hepatite Viral para combater a doença. O planejamento começou em 2016 e termina este ano.
Um dos pontos é a redução de preços no tratamento e aumento da realização de testes. Com a parceria, os cuidados de 12 semanas podem chegar a US$ 60 por pessoa e um teste varia de US$ 1 a 8.

Diagnóstico precoce
Os dados são do Relatório Progresso Global sobre Aceleração do Acesso a Diagnóstico e Tratamento da Hepatite C, divulgado nesta quarta-feira.
A OMS afirma que existem mais de 325 milhões de pessoas com os tipos B e C da hepatite. Ambos matam pelo menos, 1,3 milhão de pacientes por ano em todo o mundo. O diagnóstico precoce é uma das causas no avanço da luta contra a doença.
Em 2016, por exemplo, quando a Estratégia da OMS começou, menos de 20% das pessoas vivendo com hepatite C, sabiam que estavam contaminadas, e apenas 15% dos diagnosticados recebiam tratamento.
Com a iniciativa, muitos países de rendas baixa e média conseguiram reduzir as taxas de hepatite C com diagnósticos de qualidade e tratamento antirretroviral com os medicamentos genéricos sofosbuvir e daclastavir.

Objetivo global
Apesar dos desafios criados pela Covid-19, o avanço contra a hepatite C tem impressionado especialistas, mas ainda está longe de atingir níveis de cobertura que levem à eliminação da doença, como previsto num objetivo global até 2030.
Até o final de 2017, apenas 5 milhões dos 71 milhões de pessoas com hepatite C, ou 7%, tinham acesso ao tratamento.
A médica brasileira e diretora-geral assistente da OMS, Mariângela Simão, afirma que a qualidade dos medicamentos e testes contra hepatite C está melhorando e os preços continuam caindo.
Mesmo assim, muitos países permanecem sem acesso às tarifas mais baixas, uma problema, que segundo ela, está relacionado à questão de transparência do mercado.