Perspectiva Global Reportagens Humanas

ONU pede libertação imediata de dissidente russo preso ao retornar a Moscou BR

Aleksei Navalny voltou à Rússia em fevereiro, da Alemanha, onde foi socorrido em agosto passado com suspeita de envenenamento com um gás nervoso
ONU/Paulo Filgueiras
Aleksei Navalny voltou à Rússia em fevereiro, da Alemanha, onde foi socorrido em agosto passado com suspeita de envenenamento com um gás nervoso

ONU pede libertação imediata de dissidente russo preso ao retornar a Moscou

Direitos humanos

Aleksei Navalny voltou à Rússia, no domingo, da Alemanha, onde foi socorrido em agosto passado com suspeita de envenenamento com um gás nervoso; em sua conta oficial no Twitter, Escritório de Direitos Humanos das Nações Unidas pede investigação imparcial do incidente.

As Nações Unidas afirmaram estar “profundamente perturbadas” com a prisão do dissidente russo Aleksei Navalny, que ocorreu no domingo em Moscou, após ele desembarcar de um voo de Berlim, na Alemanha.

O ativista anticorrupção, Aleksei Navalny, 44 anos, chegou à Alemanha em agosto passado para ser socorrido de uma suspeita de envenenamento com um gás nervoso. 

Tweet URL

Investigação

Em sua conta oficial no Twitter, nesta segunda-feira, o Escritório de Direitos Humanos da ONU pediu a libertação imediata de Navalny dizendo que os trâmites legais do processo dele devem ser respeitados com base no Estado de direito.

Segundo agências de notícias, além da ONU, vários países europeus e os Estados Unidos pediram a libertação imediata do opositor do governo russo.

O Escritório de Direitos Humanos das Nações Unidas reiterou o apelo para que seja realizada uma “investigação completa e imparcial do envenenamento do opositor russo”, Aleksei Navalny.

Escritório de Direitos Humanos da ONU
Foto: ONU/Jean-Marc Ferré
Escritório de Direitos Humanos da ONU

Tribunal Europeu

Um grupo de relatores de direitos humanos* emitiu um comunicado elogiando a coragem do ativista em retornar à Rússia mesmo sabendo que seria preso em seguida.

A relatora especial sobre execuções arbitrárias, Agnes Callamard, e a especialista no direito sobre liberdade de opinião e expressão, Irene Khan, pediu à Rússia que liberte Navalny imediatamente para assegurar a proteção da vida dele.

Segundo o comunicado, o ativista foi preso com bases em alegações de violação dos termos de uma sentença de condenação por fraude. 

De acordo com o Tribunal Europeu de Direitos Humanos, o processo que levou à sentença foi injusto e arbitrário.

Cidade de Moscou, na Rússia
ONU News/ Anton Uspensky
Cidade de Moscou, na Rússia

“Acusações incabíveis” 

A Vara Federal de Execuções Penais da Rússia diz que o ativista deixou de comparecer a compromissos regulares exigidos pela sentença, e não deu uma justificativa às autoridades.

Para as relatoras, as alegações são incabíveis uma vez que o ativista estava na Alemanha por motivos médicos.

As relatoras também condenaram a prisão de ativistas, jornalistas e apoiadores de Navalny que estavam no aeroporto de Vnukovo, em Moscou, à espera da chegada dele. 

Elas disseram que todos devem ser libertados e que continuarão a monitorar a situação de Navalny e outros casos de direitos humanos.
 
*Os relatores de direitos humanos são independentes das Nações Unidas e não recebem salário por seu trabalho.