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Em parceria com OIT, trabalhadoras no Timor-Leste ajudam a abrir estradas  BR

Programa é apoiado pela OIT como parte de uma iniciativa do governo do Timor-Leste
Alex Balayut/Banco Mundial
Programa é apoiado pela OIT como parte de uma iniciativa do governo do Timor-Leste

Em parceria com OIT, trabalhadoras no Timor-Leste ajudam a abrir estradas 

Desenvolvimento econômico

Falta de acesso às escolas, aos mercados e hospitais permanece um desafio para muitas comunidades no Timor-Leste, principalmente durante a crise da pandemia; uma iniciativa da Organização Internacional do Trabalho para restabelecer estradas de áreas montanhosas, em Liurau, está ajudando a melhorar a vida de muitos. 

Duas mulheres no Timor-Leste estão ajudando a estabelecer contatos entre comunidades de Liurai, nas montanhas do país, com a capital Díli. Com isso, muitos timorenses passaram a acessar, mais facilmente, serviços básicos como escolas, hospitais e mercados. 

A iniciativa é resultado de um projeto de parceria com a Organização Internacional do Trabalho, OIT, e autoridades locais da nação de língua portuguesa, no sudeste asiático. 

Trabalho formal 

A falta de acesso foi afetada pela pandemia do novo coronavírus deixando famílias inteiras ainda mais isoladas.  

Uma das trabalhadoras, a timorense Adelina da Silva falou com orgulho do primeiro emprego formal que teve na vida.  

Building the road to employment and livelihoods in Timor-Leste

Adelina corta arbustos, apara galhos e realiza outras ações para liberar a passagem de pessoas e veículos. Ela contou que é a primeira vez em que é contratada e paga para trabalhar.   

Esta é a mesma situação da colega Francisca Mendonça.  As duas realizam os serviços que garantem o bom funcionamento das estradas limpando bueiros, removendo o mato e até reparando buracos no asfalto. 

O programa de reabilitação das estradas é apoiado pela OIT como parte de uma iniciativa do Governo do Timor-Leste, “Estradas para o Desenvolvimento” que é financiado pela Austrália. 

Pessoas com deficiência 

Além de fornecerem um acesso para os mercados e serviços, essas passagens são tidas como vitais para as comunidades remotas. O programa também leva emprego aos timorenses em áreas rurais incluindo pessoas com deficiência, mulheres e jovens. 

O programa também leva emprego aos timorenses em áreas rurais incluindo pessoas com deficiência, mulheres e jovens

Francisca Mendonça contou como a família dela tinha que caminhar a pé por mais de duas horas para levar os produtos para o mercado, onde eram vendidos por cerca de US$ 20. 

Agora, o trajeto foi reduzido para 30 minutos em transporte público e a família consegue transportar mais quantidade chegando a fazer US$ 100 de uma só vez. 

Uma vez ao mês, ela atua como voluntária de um projeto de saúde nas comunidades que visita os pacientes em casa, um serviço ainda mais necessário em épocas de pandemia. 

Gastos escolares 

Telmo Sentieiro, um boina-azul português que serve noTimor-Leste, caminha por uma aldeia nas montanhas
Pandemia do novo coronavírus deixou famílias inteiras ainda mais isoladas, Foto ONU/Martine Perret

A manutenção da Estrada de mais de 10 km é feita três vezes por semana e gera um salário mensal de US$ 60 para as trabalhadoras.  

Adelina da Silva contou que utiliza parte do salário para ajudar os irmãos com os gastos escolares como uniformes e livro.  Já Francisca paga as mensalidades do colégio dos filhos. 

Logo após a pandemia, elas tiveram que parar por causa do fechamento e retornaram ao trabalho na produção agrícola.  

Mas com a reabertura, voltaram à manutenção das estradas utilizando os cuidados como uso de máscara e lavagem de mãos. 

Com a experiência, Adelina disse que está mais confiante para se candidatar a outros empregos. Na próxima estação, planeja ir à Austrália para trabalhar na colheita de frutas e ajudar os irmãos a cursarem uma universidade para terem um futuro melhor.