Timor-Leste fortalece candidatura à Organização Mundial do Comércio
Membros da agência expressaram apoio à entrada do país de língua portuguesa na entidade; autoridades em Díli foram elogiadas pelo trabalho necessário para aceder ao bloco; governo timorense diz que pertença à OMC deve acelerar o crescimento econômico e melhorar padrão de vida dos timorenses.
Um novo país de língua portuguesa pode se tornar em breve membro da Organização Mundial do Comércio, OMC. Na semana passada, o processo de candidatura do Timor-Leste foi apoiado pelos países-membros da agência, com sede em Genebra, na Suíça.
No encontro, a delegação da nação do sudeste da Ásia afirmou que a entrada dos timorenses na OMC deve ajudar a melhorar o padrão de vida do povo e a alavancar o crescimento econômico da jovem nação.
Tecnologia
O ministro coordenador de Assuntos Econômicos e negociador-chefe da OMC, Joaquim Amaral, afirmou que o processo de entrada é uma pedra angular para se atingir até 2030 uma economia dinâmica e aberta aos negócios.
Para ele, a atuação na Organização Mundial do Comércio também ajudará a integrar o Timor-Leste em redes regionais e globais de valor, fornecendo novas oportunidades de empregos e transferência de tecnologia que levarão ao crescimento de exportações e investimentos.
Os países-membros da OMC que analisaram a candidatura do Timor-Leste elogiaram o trabalho do governo timorense para formalizar o processo apesar dos desafios durante a Covid-19.
O Timor também está comprometido em se juntar à Associação das Nações do Sudeste Asiático, Asean. O governo de Díli tem se empenhado para alcançar ambas as entradas enquanto tenta acelerar as reformas internas.
Diversificação
O governo timorense está pronto para seguir as obrigações da OMC
O negociador-chefe disse que o Timor-Leste continuará a melhorar a infraestrutura do jovem país, que restabeleceu sua independência em 2002, com mudanças administrativas e de capital humano assim como diversificação da economia. Ele garantiu que o governo timorense está pronto para seguir as obrigações da OMC.
O vice-diretor-geral da OMC, Alan Wolff, afirmou que este é um momento importante para o Timor-Leste e para a agência da ONU, que ganhará um reforço com a entrada de novos países que se comprometem com o sistema de comércio mundial.
A partir de agora, os países-membros que têm perguntas sobre a entrada do Timor-Leste poderão enviar seus comentários por escrito até 30 de outubro, como parte do processo de candidatura, da nação lusófona.
Traduções
Na reunião da semana passada, foi pedido ao Timor que providencie mais informações sobre o setor de agricultura, tabelas, listas e questionários das atividades na área.
O país também deve submeter à OMC ofertas iniciais sobre bens e serviços que permitam a realização bilateral de negócios sobre o acesso ao mercado.
Já na parte legislativa, os timorenses devem apresentar traduções de documentos e esboços e de leis adotadas que se relacionam à OMC para possibilitar que as reformas do setor sejam acompanhadas.
Após este processo, deverá haver uma nova reunião no primeiro trimestre de 2021, na sede da OMC, para continuar a análise da candidatura timorense.
A nação de 1,2 milhões de habitantes já pertence à Comunidade dos Países de Língua Portuguesa, Cplp, desde 2002. O início da candidatura à OMC foi feito em dezembro de 2016.