Preparar o mundo para outra eventual pandemia custaria U$ 5 por pessoa
O mundo tem que se preparar para enfrentar uma nova pandemia se necessário. A recomendação é parte de um novo relatório da OMS e do Banco Mundial, divulgado nesta segunda-feira.
O documento “Um Mundo em Desordem” foi preparado pela Comissão de Avaliação de Preparação Global, criada pelas duas organizações há dois anos.
Lições
Segundo o relatório, “a pandemia de Covid-19 está sendo um teste duro sobre a preparação do mundo.”
A Comissão diz que houve pouco progresso em ações exigidas no primeiro relatório. Para o grupo, “essa falta de liderança está agravando a pandemia.”
Uma das lições é que o retorno do investimento nessa área é imenso. Cerca de US$ 11 trilhões já foram gastos na resposta à Covid-19 e a ONU ainda espera perdas de mais US$ 10 trilhões.
Segundo a pesquisa, um investimento de US$ 5 por pessoa seria suficiente para preparar a comunidade internacional para uma próxima crise e minimizar suas consequências.
Recomendações
O relatório pede cinco ações urgentes. Primeiro: uma liderança responsável, seguida de cidadania engajada, sistemas fortes e ágeis de segurança sanitária, investimento sustentado e preparação.
Falando a jornalistas, em Genebra, o diretor-geral da OMS. Tedros Ghebreyesus disse que “o mundo lança dinheiro sobre uma epidemia, mas pouco faz para prevenir a próxima."
O mundo lança dinheiro sobre uma epidemia, mas pouco faz para prevenir a próxima
Segundo ele, muitas análises e recomendações são feitas, mas muitas ficam sem resposta. O que seria como “esperar a queda do avião para só depois pedir mais inspeções de segurança.”
Tedros disse ainda que o mundo precisa “cooperar, planejar a longo prazo e perceber que gastos com saúde e preparação não são caridade, mas um investimento no futuro.”
Covid-19
A pandemia de Covid-19 teve um grande impacto na vida das pessoas, na saúde, economia e em toda a sociedade atingindo todos os países.
Segundo o chefe da OMS, “muitos que tiveram um bom desempenho são aqueles que aprenderam com surtos anteriores, como Sars, Mers, H1N1, ebola e outros.”
Ele diz que a Covid-19 não será a última pandemia, nem a última emergência global de saúde. Por isso, os Estados-membros devem construir “sistemas de saúde pública para garantir que uma pandemia dessa magnitude e gravidade nunca aconteça novamente."
Para Tedros “com os investimentos políticos e financeiros certos, é possível prevenir e mitigar futuras pandemias e proteger gerações vindouras."
Até esta segunda-feira, tinham sido confirmados quase 30 milhões de casos em todo o mundo e cerca de 922 mil mortes.