No Brasil, relatora independente vai apurar estigma a pessoas com albinismo
Ikponwosa Ero chega ao país nesta segunda-feira para visita oficial até 9 de novembro; ela avaliará acesso à educação, saúde e o direito de inclusão para quem vive com a condição genética; relatório sobre viagem será apresentado ao Conselho de Direitos Humanos em 2021.
A relatora independente* das Nações Unidas para os direitos humanos das pessoas com albinismo está no Brasil em missão oficial até 9 de novembro.
Em comunicado, Ikponwosa Ero informou que deve reunir fatos sobre experiências de pessoas com albinismo e seus familiares, especialmente com relação a estigmas e discriminação.
Risco de câncer
Segundo a Sociedade Brasileira de Dermatologia, uma em cada 20 mil pessoas no mundo, tem algum tipo de albinismo.
Uma das reivindicações de quem vive com albinismo, no Brasil, é a falta de estatística, uma vez que a condição genética não é registrada em censos da população.
Quem tem albinismo vive com a incapacidade de produzir melanina por falta total ou parcial de uma enzima conhecida como tirosinase.
Para uma pessoa nessas condições, a exposição ao sol é algo ainda mais perigoso. Muitos vivem sob risco constante de câncer de pele e de envelhecimento acelerado.
A relatora independente quer apurar barreiras no direito ao acesso à educação e saúde e também defender a inclusão das pessoas com albinismo na sociedade.
Autoridades
Ikponwosa Ero também se encontrará com cidadãos com albinismo incluindo mulheres, idosos e jovens, autoridades brasileiras, sociedade civil e acadêmicos além de outros interlocutores.
A relatora visitará Brasília, Maceió, Salvador e São Paulo.
Antes de deixar o Brasil, em 8 de novembro, ela dará uma entrevista a jornalistas na Casa da ONU, na capital brasileira.
A especialista independente apresentará um relatório completo ao Conselho de Direitos Humanos em março de 2021.
*Os relatores de direitos humanos têm mandato independente das Nações Unidas e não recebem salário pelo seu trabalho. Eles são parte dos Procedimentos Especiais do Conselho de Direitos Humanos.