Brasil: ONU diz que é “lamentável” saída de um Estado-membro do Pacto para Migração
Presidente do Brasil confirma saída do Pacto que foi adotado em dezembro; gabinete do porta-voz do secretário-geral da ONU lembra que o documento “não é juridicamente vinculativo.”
O gabinete do porta-voz do secretário-geral da ONU disse esta quarta-feira que “é sempre lamentável que um Estado-membro se retire de um processo multilateral, particularmente de um que respeita as especificidades nacionais.”
Segundo agências de notícias, o Brasil desvinculou-se do Pacto Global para a Migração Segura, Ordenada e Regular, que foi adotado em dezembro.
Consultas
Em nota, Vannina Maestracci, do gabinete do porta-voz do secretário-geral, lembra que o Pacto “foi adotado em Marrocos por uma esmagadora maioria dos Estados-membros, 164, incluindo o Brasil,” e “foi depois endossado por consenso pela Assembleia Geral em dezembro de 2018.”
Maestracci lembra que o documento “não é juridicamente vinculativo” e que “cabe aos Estados participantes implementar o Pacto Global para a Migração em nível nacional.”
A responsável diz também que o Pacto “é resultado de extensas consultas, 18 meses, e negociações entre os Estados Membros, apoiadas por uma ampla gama de parceiros.”

Solidariedade
Em dezembro, o secretário-geral da ONU, António Guterres, elogiou o Pacto lembrando que este “aponta o caminho para uma ação humana e sensata que beneficie os países de origem, de trânsito e de destino, assim como os próprios migrantes.
O chefe da ONU destacou que o documento “apela a uma maior solidariedade com os migrantes em situações de vulnerabilidade e de abuso” e que “vai antecipar tendências futuras, desde os mercados de trabalho até aos impactos das mudanças climáticas.”
A presidente da Assembleia Geral, Maria Fernanda Espinosa, disse que o seu conteúdo “é o resultado de um amplo e intenso processo de negociações intergovernamentais” e “reflete a vontade dos Estados de abordar, com uma visão equilibrada e integral, um desafio complexo que, por sua própria natureza, é tanto transfronteiriço quanto global.”
Para Espinosa, o Pacto representa “uma oportunidade histórica de cooperação” destacando que ele “não afeta a soberania de nenhum Estado.”
Inscreva-se aqui para receber notícias da ONU News por email