Chefe da FAO pede ação urgente para resolver todas as formas de subnutrição BR

Encontro anual do Conselho da agência da ONU, em Roma, começou esta segunda-feira; Graziano da Silva explicou que objetivo do Fome Zero não é apenas alimentar as pessoas.
O diretor-geral da Organização das Nações Unidas para Agricultura e Alimentação, FAO, José Graziano da Silva, pediu esta segunda-feira que os países abordem urgentemente todas as formas de subnutrição.
Graziano fez o apelo durante o seu discurso de abertura do encontro anual do Conselho da FAO.
O responsável disse que "a coexistência de subnutrição, obesidade e falta de micronutrientes está se espalhando e afetando quase todos os países do mundo.”
Segundo ele, a comunidade internacional precisa enfrentar essa situação promovendo mudanças transformadoras em seus sistemas alimentares.
Graziano explicou que o objetivo do Fome Zero não é apenas alimentar as pessoas, mas também nutrir, fornecendo todos os nutrientes necessários para uma vida saudável.
Segundo o relatório de 2018 sobre segurança alimentar e nutrição no mundo, a obesidade afeta cerca de 672 milhões de pessoas e o maior aumento tem sido na África.
Mais de dois bilhões de pessoas no mundo sofrem com falta de micronutrientes.
No seu discurso, o chefe da FAO anunciou que será criado um escritório dedicado à Cooperação Sul-Sul e Triangular, que deve reforçar o potencial desta cooperação na área da segurança alimentar e desenvolvimento rural.
O director-geral também destacou alguns dos principais eventos do próximo ano, incluindo a Conferência sobre Segurança Alimentar em Adis Abeba, Etiópia, em fevereiro, a Conferência de Comércio e Segurança Alimentar em Genebra, Suíça, em abril, e a Conferência de Revitalização Rural em Pequim, China, em maio.
Também em maio, a FAO, junto com o Fundo Internacional para o Desenvolvimento Agrícola, Ifad, e o Programa Mundial de Alimentos, PMA, organiza uma conferência para lançar a Década da Agricultura Familiar das Nações Unidas.
Sobre a igualdade de gênero, Graziano disse que a organização fez avanços, com mais de 43% de todos os cargos profissionais da agência atualmente ocupados por mulheres. Ele disse que "esta é a maior representação de mulheres na FAO entre profissionais internacionais nos últimos anos."
Em relação à representação geográfica de seus funcionários, o diretor-geral anunciou que o número de países não representados diminuiu de 17 para 14, com nomeações recentes de Timor-Leste, Belize e São Cristóvão e Neves.