FMI vê crescimento a abrandar na Guiné-Bissau devido à queda na produção de castanha
Economia do país lusófono deve crescer 3,8% este ano; défice do Estado deve aumentar para 3,6%; Fundo Monetário Internacional, FMI, terminou trabalho de duas semanas no país.
O Fundo Monetário Internacional, FMI, prevê que o crescimento económico da Guiné-Bissau desça para 3,8% este ano, comparado com 5,9% em 2017. A razão principal é a fraca produção de castanha de caju.
O FMI terminou na terça-feira uma missão de avaliação ao país de duas semanas. Em nota, o chefe da comitiva, Tobias Rasmussen, afirma que as discussões se centraram em aumentar a receita do Estado e fortalecer o setor bancário.
Receitas
Rasmussem explica que, “apesar de ganhos importantes nos últimos anos, a mobilização de receitas enfraqueceu e os altos níveis de créditos não produtivos continuam a pesar sobre os bancos”.
O especialista acredita que resolver esses dois pontos “será fundamental para garantir os objetivos de melhor prestação de serviços públicos e estabilidade macroeconómica para promover o crescimento inclusivo”.
Além do impacto nas exportações e no consumo interno, a baixa produção da castanha de caju teve impacto no déficit do Estado, que deve passar de 1,9% no ano passado para 3,6%.
O FMI acredita que “o progresso lento nas reformas” também teve impacto no orçamento. As receitas fiscais na primeira metade do ano estiveram 9,7% abaixo do esperado.
![Representantes do FMI encontraram-se com o presidente da Guiné-Bissau, José Mário Vaz. Representantes do FMI encontraram-se com o presidente da Guiné-Bissau, José Mário Vaz.](https://global.unitednations.entermediadb.net/assets/mediadb/services/module/asset/downloads/preset/assets/2018/09/09-27-2018_President_Jose_Mario_Vaz_.jpg/image560x340cropped.jpg)
Reformas
Segundo a nota, “as autoridades estão comprometidas em implementar uma série de medidas para reforçar a captação de receitas”. O FMI acredita que estas medidas fariam crescer o Produto Interno Bruto, PIB, em 0,6% e ajudariam a manter o défice deste ano em 4%.
No setor bancário e financeiro, a instituição acredita no compromisso das autoridades em garantir que os bancos cumprem critérios de prudência, relativos à sua capitalização e empréstimos.
Missão
A missão encontrou-se com o presidente José Mário Vaz, o presidente da Assembleia Nacional, Cipriano Cassamá, o primeiro-ministro e ministro das Finanças, Aristides Gomes, a diretora nacional no Banco Central dos Estados da África Ocidental, Helena Nosolini Embaló, entre outros. Também se encontrou com representantes do setor privado e da sociedade civil.
As conclusões finais da visita serão discutidas nos próximos meses. Esta é a sexta missão de avaliação do FMI que visita o país, no âmbito de um acordo de crédito assinado com a instituição.