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Para secretário-geral, Iêmen é uma “bomba-relógio” BR

Crianças iemenitas brincam no meio de destroços na província de Zinjibar. Foto: Acnur/A. Al-Sharif

Para secretário-geral, Iêmen é uma “bomba-relógio”

Ban Ki-moon está em Genebra, onde participa de consultas sobre o país árabe, onde 80% da população necessita de ajuda humanitária; chefe da ONU reforça que pausa humanitária é essencial durante o mês do Ramadã.

Eleutério Guevane, da Rádio ONU em Nova York.*

O secretário-geral das Nações Unidas está em Genebra, onde participa de consultas sobre a situação no Iêmen, país árabe onde 80% da população precisa de ajuda humanitária.

No primeiro dia de consultas, esta segunda-feira, Ban Ki-moon afirmou ter tido “conversas muito construtivas” com o governo iemenita e com embaixadores.

Esperança

Mas não foi possível encontrar-se com participantes que apoiam o ex-presidente Ali Abdallah Saleh, que ainda não chegaram à Genebra por “questões puramente logísticas”, segundo o secretário-geral.

Ban Ki-moon declarou que não há tempo a perder, uma vez que o Iêmen é como uma “bomba-relógio”. Mas para ele, existe razão para esperança em relação ao fim do conflito.

União

O secretário-geral afirmou que ao contrário de outras crises, os membros permanentes do Conselho de Segurança estão unidos em relação ao Iêmen. Segundo Ban, este é um “momento de oportunidade” que deve ser aproveitado.

Ele pediu três ações: a primeira uma pausa humanitária de pelo menos duas semanas para que a ajuda chegue a todos os necessitados, incluindo durante o Ramadã, período de jejum dos muçulmanos que começa na quarta-feira.

Ramadã

Mas Ban Ki-moon destacou que apenas uma pausa humanitária não será suficiente, devido ao nível de destruição do país e os obstáculos de acesso.

O segundo pedido do chefe da ONU é por um acordo de cessar-fogo, com grupos armados se retirando das cidades. Ban quer também uma transição política pacífica, com garantia da participação de partidos políticos, mulheres, jovens e representantes da sociedade civil.

Em Genebra, Ban Ki-moon afirmou que sua presença durante as consultas demonstra seu total apoio e solidariedade com o povo do Iêmen. Mais de 2,6 mil pessoas morreram com os conflitos no país; escolas, hospitais e locais considerados patrimônio cultural foram destruídos.

*Apresentação: Leda Letra.