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Ban abre primeiras consultas após novos confrontos no Iémen

Escritório das Nações Unidas em Genebra. Foto: ONU/Jean-Marc Ferré

Ban abre primeiras consultas após novos confrontos no Iémen

ONU defende uma nova dinâmica para criar confiança entre os participantes; representantes de todas as partes envolvidas estão nas sessões; um dos assuntos na mesa será uma nova pausa humanitária para assistência aos necessitados.

Eleutério Guevane, da Rádio ONU em Nova Iorque.

O secretário-geral das Nações Unidas participa esta segunda-feira, em Genebra, das consultas sobre o Iémen que reúnem representantes de todas as partes envolvidas no conflito do país.

Ban Ki-moon está com o seu enviado especial para o país Ismail Ould Chiekh Ahmed, na abertura das primeiras sessões realizadas desde que retomaram os confrontos.

Benefícios

Em comunicado, a ONU realça que as consultas marcam um passo importante numa altura em que os envolvidos seguem rumo à estabilização. A expectativa é que uma nova dinâmica crie confiança entre os participantes, além de trazer "benefícios concretos para a população".

A organização disse que o foco será dado à redução da violência e que seja permitido um maior acesso de ajuda humanitária e serviços básicos para a população. O país tem mais de 1 milhão de deslocados e quase 12,3 milhões de pessoas, ou metade da sua população, enfrenta insegurança alimentar.

A ONU quer especialmente que as consultas fiquem marcadas por uma nova pausa humanitária, que permita o acesso da assistência aos necessitados. Pretende-se ainda que com a aproximação do Ramadão, que marca o jejum dos muçulmanos, os iemenitas recebam ajuda.

Cessar-Fogo

Em relação a um acordo de cessar-fogo, a organização tenciona que os grupos armados sejam  retirados das cidades e que as armas sejam silenciadas em todo o país.

O outro objetivo é que os envolvidos reconheçam a necessidade de retomar a transição política pacífica e ordeira. Para futuras negociações a ONU defende uma maior representação de partidos políticos, de mulheres, de jovens e de grupos da sociedade civil.

Auxílio

Entretanto, agências humanitárias disseram haver um aumento significativo de necessidades humanitárias desde a escalada do conflito no Iémen. Estima-se que 21,1 milhões de pessoas precisem de auxílio, o que correspondente a 80% da população iemenita.

As Nações Unidas falam de 11,4 milhões de pessoas sem proteção, que incluem 7,3 milhões de crianças. A falta de água potável e de saneamento afeta a  20,4 milhões de iemenitas.

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