Ban abre primeiras consultas após novos confrontos no Iémen
ONU defende uma nova dinâmica para criar confiança entre os participantes; representantes de todas as partes envolvidas estão nas sessões; um dos assuntos na mesa será uma nova pausa humanitária para assistência aos necessitados.
Eleutério Guevane, da Rádio ONU em Nova Iorque.
O secretário-geral das Nações Unidas participa esta segunda-feira, em Genebra, das consultas sobre o Iémen que reúnem representantes de todas as partes envolvidas no conflito do país.
Ban Ki-moon está com o seu enviado especial para o país Ismail Ould Chiekh Ahmed, na abertura das primeiras sessões realizadas desde que retomaram os confrontos.
Benefícios
Em comunicado, a ONU realça que as consultas marcam um passo importante numa altura em que os envolvidos seguem rumo à estabilização. A expectativa é que uma nova dinâmica crie confiança entre os participantes, além de trazer "benefícios concretos para a população".
A organização disse que o foco será dado à redução da violência e que seja permitido um maior acesso de ajuda humanitária e serviços básicos para a população. O país tem mais de 1 milhão de deslocados e quase 12,3 milhões de pessoas, ou metade da sua população, enfrenta insegurança alimentar.
A ONU quer especialmente que as consultas fiquem marcadas por uma nova pausa humanitária, que permita o acesso da assistência aos necessitados. Pretende-se ainda que com a aproximação do Ramadão, que marca o jejum dos muçulmanos, os iemenitas recebam ajuda.
Cessar-Fogo
Em relação a um acordo de cessar-fogo, a organização tenciona que os grupos armados sejam retirados das cidades e que as armas sejam silenciadas em todo o país.
O outro objetivo é que os envolvidos reconheçam a necessidade de retomar a transição política pacífica e ordeira. Para futuras negociações a ONU defende uma maior representação de partidos políticos, de mulheres, de jovens e de grupos da sociedade civil.
Auxílio
Entretanto, agências humanitárias disseram haver um aumento significativo de necessidades humanitárias desde a escalada do conflito no Iémen. Estima-se que 21,1 milhões de pessoas precisem de auxílio, o que correspondente a 80% da população iemenita.
As Nações Unidas falam de 11,4 milhões de pessoas sem proteção, que incluem 7,3 milhões de crianças. A falta de água potável e de saneamento afeta a 20,4 milhões de iemenitas.
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