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Ban preocupado com ataques persistentes do Boko Haram na África Ocidental

Foto: Irin/Aminu Abubakar

Ban preocupado com ataques persistentes do Boko Haram na África Ocidental

Cerca de 40 mil civis foram desalojados em três semanas nos Camarões, no Chade, no Níger e na Nigéria; secretário-geral pede que resposta regional vá além da intervenção militar.

Eleutério Guevane, da Rádio ONU em Nova Iorque.

O secretário-geral disse estar profundamente preocupado com a persistência de ataques indiscriminados das milícias Boko Haram dirigidos às populações civis nos Camarões, no Chade, no Níger e na Nigéria.

Ban Ki-moon disse lamentar que apesar dos ganhos militares alcançados pelos países afetados, as milícias continuam com o que chamou de destruição gratuita e morte de civis.

Raptos Contínuos

O secretário-geral disse estar horrorizado com os raptos contínuos e com o uso de crianças como "bombas humanas".

O responsável mencionou testemunhos de meninas e mulheres detidas e muitas vezes "violadas em cativeiro e obrigadas a casar-se com os raptores" no que chamou de "campanha de prisão forçada e de violência sexual".

Para o chefe da ONU, os autores de tais "atos desprezíveis" devem ser levados à justiça. Ao Governo da Nigéria, Ban pediu que estenda o fornecimento do apoio médico e psicossocial aos sobreviventes.

Reassentamento

O secretário-geral também expressou profunda apreensão com o contínuo deslocamento de cerca de 40 mil civis, nas últimas três semanas, nos quatro países.

Ban instou aos membros da Comissão da Bacia do Lago Chade e ao Benim para avançarem na operacionalização da Força Tarefa Multinacional Conjunta e criarem um ambiente seguro. A meta é permitir o retorno seguro e voluntário, o reassentamento ou a integração dos deslocados internos e refugiados.

Aos estados envolvidos, Ban reiterou que devem garantir que todas as medidas sejam tomadas para enfrentar a ameaça terrorista do Boko Haram estejam de acordo com leis internacionais.

Queixas

Ban disse que para maior eficácia, a resposta à ameaça deve ir além da militar, ao lembrar que devem ser abordadas queixas de violações dos direitos humanos, e as causas profundas do conflito.

Em janeiro, o Chade, os Camarões e a Nigéria começaram a intervir na Nigéria. Em três estados do nordeste foi declarada emergência há dois anos.

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