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Atlas do Unicef mostra diferenças socioeconômicas entre crianças na China BR

Foto: Unicef/Zhao Heting

Atlas do Unicef mostra diferenças socioeconômicas entre crianças na China

Documento alerta que apesar do desenvolvimento econômico “espetacular” disparidades geográficas representam desafio à sobrevivência dos menores; agência da ONU diz que área rural é mais afetada.

Edgard Júnior, da Rádio ONU em Nova York.

O Fundo das Nações Unidas para a Infância, Unicef, divulgou um atlas mostrando vastas discrepâncias socioeconômicas que separam milhões de crianças na China.

O objetivo da publicação “Crianças na China: Atlas dos Indicadores Sociais 2014”, é mostrar as diferenças entre os menores que vivem em áreas urbanas e rurais.

Alerta

O Unicef alerta que apesar do “espetacular” desenvolvimento econômico do país, “profundas disparidades geográficas” continuam representando desafios à sobrevivência, ao desenvolvimento e à proteção de milhões de crianças que vivem em regiões rurais por todo o país.

A representante da agência na China, Gillian Mellsop, afirmou que o tremendo progresso chinês em relação a mulheres e crianças representou uma contribuição importante para reduzir a pobreza global.

Esse avanço foi fundamental também no combate à mortalidade infantil e para alcançar as metas de desenvolvimento internacionais.

Mellsop alertou que agora as autoridades devem avaliar além das médias nacionais para identificar onde essas disparidades ainda existem e encontrar as crianças que estão “sendo deixadas para trás”.

Objetivos

De acordo com o Atlas do Unicef, a China alcançou vários objetivos para aliviar a pobreza, garantir educação para todos, promover igualdade de gêneros e reduzir a mortalidade infantil.

O índice de mortalidade de crianças menores de cinco anos é de 7%, passou de 61 mortes por cada mil nascimentos em 1991 para 12 mortes para cada mil nascimentos em 2013.

O documento cita que a taxa de mortalidade é quase 1,5 vezes maior entre as crianças que vivem em áreas rurais do que nas urbanas.

Situação

A situação fica mais grave em regiões mais pobres e no oeste do país, onde os menores têm uma probabilidade maior de estarem desnutridos e de pouco acesso à educação e ao saneamento básico.

O Atlas mostra ainda que a migração interna também afeta as crianças já que muitas delas são sujeitas a dificuldades e discriminações. O Unicef diz que muitos menores que deixam o interior para morar nas cidades não conseguem se matricular e frequentar escolas públicas.

A agência da ONU espera continuar colaborando com o governo chinês para alcançar crianças em todas as partes do país e garantir que seus direitos fundamentais sejam respeitados.