Unicef pede a futuros líderes de Mianmar que se comprometam com crianças BR

Apelo da agência foi feito em conjunto com a ONG Save the Children; eleições históricas estão marcadas para 8 de novembro.
Laura Gelbert, da Rádio ONU em Nova York.
Com a aproximação das “eleições históricas” em Mianmar, o Fundo das Nações Unidas para a Infância, Unicef, e a ONG Save the Children pediram aos potenciais líderes do país que priorizem e se comprometam com as crianças.
Antes das eleições do dia 8 de novemebro, as duas instituições se engajaram com mais de 80 partidos políticos no país, pedindo a eles que priorizem as crianças em seus programas.
Educação
Segundo a agência da ONU, isso levou 37 partidos a incluirem menores de idade em suas campanhas, particularmente destacando educação, saúde, nutrição, bem-estar social e proteção.
O representante do Unicef no país, Bertrand Bainvel, afirmou que as instituições têm pedido que os partidos políticos se comprometam a melhorar as vidas das crianças, se forem eleitos.
Pobreza
De acordo com estimativas do Unicef, mais de 60% das crianças em Mianmar ainda vivem na pobreza e cerca de uma em cada 14 morre antes dos cinco anos de idade.
Além disso, mais de um terço das crianças e jovens entre cinco e 18 anos não vão à escola já que muitos trabalham para sustentar suas famílias.
Recomendações
As duas instituições recomendaram uma série de mudanças que podem ajudar a melhorar muito a vida das crianças e de suas famílias.
Isso inclui aumentar o orçamento público para educação, saúde e bem-estar social de 9% para 15% e consolidar e implementar planos recém-criados que vão beneficiar crianças. Entre eles, o Plano Estratégico de Proteção Social, o Plano Nacional de Educação e a finalização do projeto de lei sobre menores.
O Unicef e a ONG Save the Children também sugeriram novas ações como priorizar os primeiros mil dias de vida e fornecer educação gratuita e compulsória.
Metas Ousadas
As duas organizações também recomendaram o estabelecimento de novas metas ousadas como o registro universal de nascimento até 2017 e a redução pela metade, até 2020, da desnutrição e do índice de mortalidade de crianças com menos de 5 anos.
Outra meta é reduzir em 70%a evasão escolar após os 10 anos de idade.
O representante do Unicef no país afirmou que a “missão não acaba após as eleições” e que a agência está “comprometida a continuar trabalhando com os candidatos eleitos para que cumpram sua promessas”.
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