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“Levamos para a RD Congo um trabalho feito com o coração”, diz general BR

Soldados da Monusco. Foto: Monusco

“Levamos para a RD Congo um trabalho feito com o coração”, diz general

Brasileiro Carlos Alberto dos Santos Cruz é comandante das tropas da ONU no país africano; em entrevista à Rádio ONU, ele fala sobre a dificuldade em lidar com grupos armados que “usam crime comum como forma de terrorismo”.

Leda Letra, da Rádio ONU em Nova York.

O ano de 2014 continuou marcado pela violência e ataques contra civis na República Democrática do Congo. A Agência da ONU para Refugiados, Acnur, calcula que o número de deslocados internos no país ultrapasse os 2,6 milhões em janeiro.

Os conflitos levaram 430 mil congoleses a continuar vivendo como refugiados em nações vizinhas. Na semana passada, o Acnur denunciou casos de 256 pessoas mortas por facões ou machados durante ataques ocorridos desde outubro.

Expectativas

Continuar combatendo esses grupos armados é a tarefa de um brasileiro. O general Carlos Alberto dos Santos Cruz  comanda as tropas da Missão de Estabilização da ONU na RD Congo, Monusco.

Santos Cruz está em Brasília, em recesso de fim de ano. Mas em entrevista à Rádio ONU, ele explicou que tem a expectativa de começar 2015 com “muitas operações contra” grupos que segundo ele, “utilizam crimes comuns como forma de terrorismo”.

Benefícios

O general falou também sobre a troca cultural que há entre as tropas brasileiras na RD Congo e os africanos.

“A minha presença lá, por ser brasileiro, ela leva de volta para a África uma relação cultural muito forte entre África e Brasil. Um dos grandes formadores do Brasil é exatamente a corrente que veio da África. Fui para a África com uma sensação dessa conexão. A gente (brasileiros) levou um trabalho feito mais pelo coração, mais pela dedicação, puramente em benefício da população africana.”

Para o general Carlos Alberto dos Santos Cruz, é importante, em qualquer missão de paz, ter a população civil como o grande objetivo. Segundo o comandante, proteger, defender e levar desenvolvimento à RD Congo são as motivações das tropas da Monusco.