Refugiados sul-sudaneses na Etiópia devem duplicar até o fim do ano

Previsão do Acnur é que estes atinjam 300 mil; Estados Unidos dizem que vão mobilizar cidadãos do país para aumento de assistência; quase 900 sul-sudaneses chegam diariamente ao país vizinho.

Eleutério Guevane, da Rádio ONU em Nova Iorque.

O número de refugiados do Sudão do Sul a viver na Etiópia pode duplicar e atingir 300 mil até o fim deste ano. A informação foi dada, esta segunda-feira, pelo Alto Comissariado das Nações Unidas para Refugiados, Acnur.

Com 883 novas chegadas diárias, a Etiópia é o país que acolhe mais sul-sudaneses que fogem do conflito e do agravamento da situação humanitária.

Acampamentos

A informação foi dada no âmbito da visita do secretária-assistente de Estado norte-americana aos locais que abrigam as pessoas nas áreas do oeste da Etiópia.

A responsável pela área da População, Refugiados e Migração dos Estados Unidos manteve contacto com parte dos 167 mil refugiados sul-sudaneses que vivem nos locais desde o início do conflito, em dezembro passado.

Anne Richard prometeu convencer aos cidadãos a aumentar a assistência. Ela expressou choque com o número de refugiados a afluir para o país, que conta com três acampamentos quase preenchidos. Os outros destinos são o Quénia, o Sudão e o Uganda.

Crise Regional

Na sexta-feira, o Acnur e os seus parceiros lançaram um pedido no valor de US$ 658 milhões para responder à crise regional de refugiados. Espera-se que até 715 mil sul-sudaneses possam viver em toda a região até finais de dezembro.

O recente apelo é uma revisão em alta do anterior, na ordem de US$ 371 milhões. Na altura do lançamento, em março passado, previa-se que a população refugiada chegasse a 340 mil, ou menos da metade da atual.

Em coordenação com as autoridades etíopes, o Acnur anunciou que está a identificar um local para construir um novo acampamento.