Uganda recebe mais de 2,5 mil sul-sudaneses por dia
Aproximadamente 20 mil pessoas procuram refúgio nos países vizinhos; Acnur ajuda população deslocada com fornecimento de água e saneamento adequado.
Leda Letra, da Rádio ONU em Nova Iorque.*
O Alto Comissariado da ONU para Refugiados, Acnur, já reparou no aumento de civis que saem do Sudão do Sul e cruzam as fronteiras com os países vizinhos.
Cerca de 20 mil pessoas atravessaram a fronteira com o Uganda, uma média de 2,5 mil novos refugiados por dia. A agência enfrenta o desafio de fornecer água suficiente e saneamento adequado aos civis na chegada ao Uganda.
Abrigo
Em Genebra, a porta-voz do Acnur, Melissa Fleming, destacou que a situação no Sudão do Sul continua muito instável. As bases da ONU abrigam 57 mil civis e a agência tenta acelerar a entrega de bens para que os desalojados consigam cozinhar nas tendas.
Segundo a porta-voz, além do Uganda, os sul-sudaneses procuram refúgio na Etiópia, que recebeu 5 mil civis, e no Quénia, com 300 pessoas a chegar por dia no campo de refugiados de Kakuma.
Registro
A Organização Internacional para Migrações, OIM, trabalha na assistência aos desalojados, que escapam dos conflitos étnicos no Sudão do Sul. Abrigo, comida, serviços de saúde, de água e de saneamento são necessários com urgência, segundo a entidade.
A OIM lidera os trabalhos de registro dos desalocados nas bases da ONU na capital do país, Juba. Os civis recebem lençois plásticos, cobertores, colchões e kits para cozinhar.
Segundo a organização, a situação económica do país é lamentável, com muitas lojas destruídas e praticamente sem comércio. A OIM lançou um apelo à comunidade internacional para que forneça US$ 23,2 milhões, para apoiar os trabalhos humanitários da agência no Sudão do Sul.
*Apresentação: Denise Costa.