Perspectiva Global Reportagens Humanas

Atriz americana diz que República Centro-Africana é “terra sem lei” BR

Atriz americana diz que República Centro-Africana é “terra sem lei”

Mia Farrow é embaixadora da Boa Vontade do Unicef e fez a declaração depois de visitar o país; ela fez um apelo para que sejam tomadas medidas urgentes para conter a violência.

Eleutério Guevane, da Rádio ONU em Nova York.*

A embaixadora da Boa Vontade do Fundo das Nações Unidas para a Infância, Unicef, Mia Farrow, pediu atenção para as crianças da República Centro-Africana, que chamou de “terra sem lei”.

A atriz americana falava a jornalistas, em Genebra, após uma visita de uma semana ao país. Farrow disse que as atrocidades cometidas pelos rebeldes podem resultar em genocídio.

Condições

Além da capital, Bangui, a embaixadora visitou 35 mil deslocados concentrados numa igreja da cidade de Bassangoa. Ela disse que essas pessoas estão em condições deploráveis.

Farrow disse não se tratar de uma crise esquecida, mas de uma população que considerou completamente abandonada. Segundo ela, é muito difícil chamar a atenção para o problema, num cenário caracterizado pela crise das Filipinas e pela agonia em torno da Síria. Mas salientou que as crianças na República Centro-Africana têm o mesmo valor, ao afirmar que há capacidade de se pensar nelas, que estão no que chamou de uma terra sem lei.”

Destruição

Recentemente, a ONU apontou para um nível sem precedentes de violência e de destruição que ocorre desde dezembro. Na época, as forças da coligação Seléka lançaram uma ofensiva no norte que culminou com a saída do poder do presidente François Bozizé.

Farrow lamenta o que chamou de aparente ausência de “adultos à mesa além dos trabalhadores humanitários” que se arriscam para manter os mais vulneráveis. A expectativa é que haja uma força de “manutenção da paz da ONU acompanhada de diplomacia.”

Aldeias Abandonadas

A embaixadora do Unicef fez um apelo para que sejam tomadas medidas urgentes com o objetivo de conter a violência, que faz maior número de vítimas entre a população civil, principalmente mulheres e crianças.

Ao descrever a capital centro-africana, Farrow salientou a ilegalidade apontando para um cenário de aldeias abandonadas e queimadas na zona rural.

De acordo com as Nações Unidas, o país tem 400 mil deslocados internos. Metade da população de cerca de 4 milhões de habitantes carece de ajuda humanitária.

*Apresentação: Edgard Júnior