Estrangeiros terão documento de identidade sem termo “refugiado”
Medida foi reivindicada pelos asilados para facilitar integração no Brasil; segundo especialistas, mudança pode facilitar na obtenção de empregos.
Mônica Villela Grayley, da Rádio ONU em Nova York.
O Alto Comissariado das Nações Unidas para Refugiados, Acnur, elogiou a decisão do governo brasileiro de retirar do documento de identidade de asilados estrangeiros, o termo “refugiado.”
Em comunicado, o Acnur disse que a medida ajudará a promover a integração dos refugiados no Brasil.
Modelo Antigo
A reivindicação, que partiu dos próprios estrangeiros, levou anos para ser acatada. Com a mudança, os registros de identidade dos refugiados passarão a apresentar a palavra “residente”. E quem tem o modelo antigo poderá pedir a substituição.
Com base na lei brasileira de refúgio, os estrangeiros também podem trabalhar no país, o que será informado no documento.
A Polícia Federal que fará a mudança em parceria com o Comitê Nacional para Refugiados, Conare, informou que a troca deverá custar pouco mais de R$ 300 ao solicitante.
Integração
O representante do Acnur no Brasil, Andrés Ramirez, afirmou que a mudança é uma conquista considerada histórica, e que deve facilitar a integração socioeconômica dos refugiados no país.
Ele lembrou ainda que o termo refugiado criava dúvidas de interpretação tanto legais como semânticas.
A população de refugiados no Brasil é de cerca de mais de 4,5 mil pessoas. Mas somente neste ano, o país já recebeu 3,5 mil pedidos de asilo.