Guterres pede investimentos para o retorno de refugiados somalis
Chefe do Acnur disse que reconstrução do país deve beneficiar a toda a região; doadores abordam regresso voluntário e reintegração sustentável; plano de dois anos envolve US$ 500 milhões.
Eleutério Guevane, da Rádio ONU em Nova Iorque.*
O alto comissário da ONU para Refugiados alertou para a necessidade de se investir no retorno de vários refugiados somalis atualmente a viver em acampamentos para que possam participar na reconstrução do seu país.
Para António Guterres, a ação beneficiaria não somente à Somália e aos seus refugiados mas a toda a região.
Bruxelas
Uma conferência de doadores com delegados de mais de 40 países e organizações teve início esta quarta-feira em Bruxelas. A abrir o evento estiveram o primeiro-ministro somali Omar Ali Sharmake e a alta representante para Política Externa e Segurança da União Europeia Federica Mogherini.
A reunião tenta mobilizar mais apoio internacional para criar condições para o regresso voluntário e a reintegração sustentável na Somália. O outro objetivo é permitir a segurança e a resiliência dos refugiados e comunidades de acolhimento no Quénia, que abriga mais de 450 mil somalis.
Desenvolvimento
O encontro deve preparar o regresso voluntário de refugiados somalis que vivem na região e aumentar a capacidade de absorção nas áreas de retorno na Somália através do reforço das ações humanitárias e de desenvolvimento.
O plano inicial, alinhado com o Novo Pacto para a Somália, precisa de US$ 500 milhões que devem ser investidos até ao fim de 2017.
O foco principal será a melhoria da segurança e da aplicação da lei, a reabilitação das infraestruturas e do ambiente.
Emprego
As atividades incluem ainda a expansão do acesso à educação além de água e serviços de saneamento e oferta de cuidados de saúde, abrigo, agricultura e criação de oportunidades de emprego.
O Alto Comissariado da ONU para Refugiados, Acnur, anunciou ter apoiado o retorno de cerca de 5,3 mil refugiados somalis desde dezembro de 2014.
Acampamentos
De acordo com a agência, a maioria regressou espontaneamente mas cerca de 1,1 milhão estão deslocados no território somali e outros 967 mil refugiados encontram-se nos países vizinhos.
A maior concentração de somalis regista-se em cinco acampamentos na área queniana de Dadaab, a nordeste. A seguir está a Etiópia com cerca de 250 mil refugiados somalis e o Iémen com um número quase igual.
*Apresentação: Denise Costa.
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