TPI: proteção de testemunhas em casos do Quênia é de alta prioridade
Promotora-chefe do órgão “deplora relatos sensacionalistas da mídia” queniana, questionando o nível da cooperação de testemunhas; Tribunal irá julgar políticos do país em casos de crime contra a humaninade.
Leda Letra, da Rádio ONU em Nova York.
A promotora-chefe do Tribunal Penal Internacional, TPI, reagiu nesta segunda-feira à imprensa do Quênia, que estaria questionando o grau da cooperação de testemunhas em casos que irão a julgamento.
Em nota, o escritório de Fatou Bensouda “deplora o recente fluxo de relatos sensacionalistas da mídia” queniana. A promotora destaca que “a proteção de testemunhas continua sendo uma das prioridades mais altas” do TPI.
Justiça
O escritório de Bensouda afirma que não será afetado “por qualquer especulação pública sobre o estado das testemunhas”. O TPI lembra que a “coragem e integridade de testemunhas são essenciais” para que o tribunal possa determinar a verdade. E destaca ser do interesse de todos permitir que “a justiça siga o seu curso”.
Segundo a mídia africana, várias testemunhas teriam abandonado os dois casos que correm no TPI contra políticos quenianos, acusados de cometer crimes contra a humanidade.
Julgamentos Agendados
No primeiro caso, serão julgados em 28 de maio o ex-ministro da Educação, William Samoei Ruto e o chefe de uma rádio de Nairobi, Joshua Sang. Eles são acusados de assassinatos, perseguição e transferência forçada da população.
O segundo caso é contra o recém-eleito presidente do Quênia, Uhuru Kenyatta. O julgamento dele está previsto para julho. Kenyatta é acusado de crimes contra a humanidade, incluindo assassinatos, deportação de pessoas, estupros, perseguição e outros atos desumanos.
Eles negam as acusações do tribunal.
No mês passado, o TPI decidiu retirar a ação contra outro acusado do mesmo caso, Francis Muthaura, ex-chefe de gabinete da presidência do país. Os acusados serão julgados por uma onda de violência ocorrida no país no final de 2007, quando mais de mil pessoas morreram e outras 600 mil ficaram deslocadas após as eleições presidenciais.