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Laurent Gbagbo comparece à primeira audiência do TPI, em Haia

Laurent Gbagbo comparece à primeira audiência do TPI, em Haia

Promotora-chefe do órgão revela número de vítimas de crimes alegadamente cometidos por antigo líder marfinense durante violência pós-eleitoral; agências noticiosas falam de “postura serena” do acusado durante a sessão.

Eleutério Guevane, da Rádio ONU em Nova Iorque.

O antigo presidente da Cote d´Ivoire, também conhecida como Costa do Marfim, compareceu pela primeira vez, esta terça-feira, ao Tribunal Penal Internacional. Laurent Gbagbo, de 67 anos, está preso pelo TPI, na cidade holandesa de Haia.

Uma nota do Tribunal defende que a sessão deve decidir se existem provas suficientes para julgar Gbagbo por crimes contra a humanidade. Agências noticiosas dizem que o antigo líder, que nega ter cometido os crimes, “ouviu serenamente” os procedimentos e não fez qualquer comentário. 

Justiça

Na sessão, a procuradora-chefe do Tribunal Penal Internacional, TPI, disse que o julgamento dos crimes alegadamente cometidos pelo antigo presidente marfinense deve fazer justiça às vítimas.

Estima-se que 3 mil pessoas teriam morrido durante os atos de violência, ocorridos na sequência da recusa do ex-líder de aceitar a derrota nas presidenciais de 2010.

Sofrimento

Bensouda falou da necessidade de dar voz às vítimas que sofreram e continuam a sofrer os efeitos da violência pós-eleitoral. Segundo referiu, a sessão que decorre nos próximos dias deve abordar quatro incidentes.

A promotora defendeu que Gbagbo tem responsabilidade pela morte de pelo menos 166 pessoas e o estupro de cerca de 34 mulheres.

Ele foi acusado ainda de causar sofrimento e lesões corporais graves a “pelo menos 94 pessoas, além da perseguição de 294 vítimas.”

A representante disse ainda que a acusação vai-se concentrar nos processos que se referem “apenas aos atos e à responsabilidade penal individual de Laurent Gbagbo.”