Violência na Síria dificulta o diálogo, diz Ban Ki-moon

Durante sessão do Conselho de Direitos Humanos, em Genebra, Secretário-Geral lamenta uso contínuo da força pelos dois lados do conflito; bombardeios aéreos preocupam.

Eleutério Guevane, da Rádio ONU em Nova York.*

O Secretário-Geral da ONU lamentou o uso contínuo da força militar por parte do governo sírio e das forças rebeldes.

Falando nesta segunda-feira no Conselho de Direitos Humanos, em Genebra, Ban Ki-moon destacou que o fracasso no diálogo complica os esforços da ONU para facilitar a transição e promover a paz para os sírios.

Preocupação

Ban manifestou profunda preocupação com os bombardeios aéreos a civis, realizados por forças do governo, e fez referência às “crescentes tensões sectárias, à deterioração da situação humanitária e à aparente escolha, por ambos os lados, de uma solução por meio da força no lugar do diálogo.”

A questão da responsabilidade foi também levantada pelo Secretário-Geral, que encorajou o Conselho de Direitos Humanos a manter a sua vigilância sobre a Síria.

Mortes

O discurso de Ban Ki-moon ocorre após agências de notícias terem citado relatos de violência na Síria, com ataques de aviões do governo contra áreas da segunda maior cidade do país, Alepo.

Os ataques teriam levado à morte de dezenas de pessoas, incluindo soldados, após uma explosão de um carro-bomba.

Para Ban, os autores de crimes de guerra e contra a humanidade na Síria devem ser levados à justiça, independentemente do lado que representam no conflito.

Desrespeito

Já a alta comissária para os Direitos Humanos da ONU disse na sessão que o agravamento torna a situação cada vez mais dramática. Navi Pillay classificou como “terrível desrespeito, equivalente ao desprezo da proteção de civis.”

Pillay disse ainda haver abuso desenfreado aos direitos humanos, que teria atingido o ponto de “assassinatos em massa, execuções sumárias e torturas.”

*Apresentação: Leda Letra.