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Pillay diz que conflito na Síria está cada vez mais sectário BR

Pillay diz que conflito na Síria está cada vez mais sectário

Alta comissária de Direitos Humanos da ONU afirma que há indícios de conflito interno no país e que proteção a civis está cada vez menor.

Leda Letra, da Rádio ONU em Nova York.

Para a alta comissária de Direitos Humanos da ONU, o conflito na Síria está cada vez mais sectário e aos poucos, “corroendo o tecido da sociedade”. A declaração de Navi Pillay foi transmitida nesta terça-feira, pelo seu porta-voz, Rupert Colville.

Pillay participou, na segunda-feira, de uma reunião a portas fechadas no Conselho de Segurança. Segundo Rupert Colville, no encontro, a alta comissária disse que a falta de proteção aos civis está cada vez mais aguda e limita o acesso à assistência humanitária e serviços básicos.

Lei Internacional

Na avaliação de Navi Pillay, há indícios de que a situação em certas áreas da Síria pode ser considerada “conflito interno”, colocando as partes envolvidas sob obrigação da lei humanitária internacional.

A alta comissária lembrou que o governo sírio tem a responsabilidade primária de proteger os civis. A maior preocupação, segundo o porta-voz, é que centenas de pessoas não conseguem sair de algumas cidades por conta do uso de armamentos pesados, bombardeios e conflitos armados.

Ameaças

Navi Pillay disse ainda ao Conselho de Segurança que a “militarização do conflito deve ser evitada a todo custo.” Ela pediu ainda que o caso da Síria seja encaminhado ao Tribunal Penal Internacional.

No mês passado, o Escritório de Direitos Humanos da ONU concluiu uma missão em países vizinhos à Síria. A investigação indica que civis continuam sob ameaça das forças do governo, mas que a integrantes armados da oposição também sequestraram ou raptaram civis e pessoal da segurança, exigindo munição em troca.

Também na segunda-feira, o Secretário-Geral da ONU, Ban Ki-moon, saudou a proposta da criação de um governo de transição na Síria. A sugestão foi feita pelo Grupo de Ação para a Síria, liderado por Kofi Annan.