Posição do Brasil sobre Síria demonstra coerência, diz embaixadora na ONU
Maria Nazareth Farani Azevêdo, que manifestou preocupações com as mortes no país árabe, na sexta-feira, afirmou que intervenção não destoa da decisão do Brasil, de se abster na votação do Conselho de Segurança.
[caption id="attachment_203572" align="alignleft" width="350" caption="Sala do Conselho de Direitos Humanos da ONU"]
Mônica Villela Grayley, da Rádio ONU em Nova York.
O Brasil afirmou que sua posição sobre a situação da violência na Síria tem sido coerente em todos os órgãos das Nações Unidas.
Na semana passada, o país participou da reunião do mecanismo de revisão periódica universal sobre a Síria no Conselho de Direitos Humanos, em Genebra, e manifestou preocupação com as mortes no país.
Primavera Árabe
Segundo a ONU, pelo menos 2,9 mil pessoas já morreram nos confrontos entre manifestantes e forças do governo sírio.
O país árabe vive uma onda de protestos contra o regime do presidente Bashar al-Assad, desde março.
Nesta entrevista à Rádio ONU, de Genebra, a representante brasileira no Conselho, embaixadora Maria Nazareth Farani Azevêdo, disse que o Brasil tem mantido uma posição coerente no tema da primavera árabe, não importa qual seja o país em questão.
Polícia Local
“Nós temos sido muito coerentes. A política brasileira tanto para a Líbia quanto para a Síria, quanto para qualquer outro país vivendo hoje o que nós chamamos “Primavera Árabe”. Nós temos sempre chamado pelo fim imediato da violência. Nós temos dito sempre que a violência contra os manifestantes é inaceitável. Nós temos dito, também, que reação violenta dos manifestantes em relação à polícia local também é inaceitável”.
Na semana passada, o Brasil se absteve numa votação de um projeto de resolução sobre a violência na Síria, discutida no Conselho de Segurança em Nova York.
Ao justificar o voto, a embaixadora Maria Luiza Ribeiro Viotti disse que o Brasil esperava que o documento tivesse recebido mais tempo para reflexão de todos os países-membros do órgão.
Até o fim do próximo mês, uma Comissão de Inquérito da ONU deve entregar um relatório sobre alegações de violações dos direitos humanos no país árabe.