Tribunal da ONU faz audiências sobre ex-líderes do Khmer Vermelho

Estado de saúde de dois acusados, Nuon Chea e Ieng Thirith, foi o tema da sessão para avaliar se eles têm condição física de serem submetidos a julgamento por crimes contra a Humanidade e de genocídio.

[caption id="attachment_199424" align="alignleft" width="350" caption="Imagens de vítimas do Khmer Vermelho no museu do genocídio, no Camboja"]

Mônica Villela Grayley, da Rádio ONU em Nova York.

Um tribunal apoiado pelas Nações Unidas sobre o Camboja realizou, nesta segunda-feira, uma audiência para avaliar o estado de saúde de dois ex-líderes do regime Khmer Vermelho.

O ex-vice-secretário do Partido Comunista, Nuon Chea, e a ex-ministra de Ações Sociais, Ieng Thirith são acusados de participar de crimes de genocídio, contra a humanidade e outros delitos.

Psiquiatras

Estima-se que o regime Khmer Vermelho tenha matado pelo menos 1,7 milhão de pessoas, na década de 70, no país do sudeste asiático.

A maioria morreu após torturas, fome e execuções.

A audiência desta segunda-feira é a primeira de uma série de três dias de sessões. Os advogados dos indiciados alegam que eles não têm condições físicas para enfrentar um julgamento.

Nuon Chea tem 84 anos e a ex-ministra Ieng Thitith, 79. O Tribunal recebeu um ofício afirmando que Thirith seja submetida a tratamento por psiquiatras.

Relatórios

O boletim médico entregue ao Tribunal não menciona nada que pudesse impedir que Nuon Chea seja levado a julgamento, mas advogados do ex-líder do Khmer Vermelho discordam da decisão.

O laudo foi elaborado com base em relatórios e consultas com os médicos pessoais dos acusados.

A única observação feita sobre a saúde de Chea é de que ele não pode ficar sentado por muitas horas.

As audiências com o médico responsável pelo laudo deverão continuar até esta quarta-feira. À sessão de abertura, compareceram mais de 800 pessoas, muitas delas eram estudantes secundários e universitários.

*Apresentação: Luisa Leme, da Rádio ONU em Nova York.