Mulher entre ex-dirigentes do Khmer Vermelho no banco dos reus
Ieng Thirith, que assumia a pasta dos Assuntos Sociais, é esposa do ex-ministro dos Negócios Estrangeiros, Ieng Sary; juntamente com o ‘número dois’ do regime e o antigo chefe de Estado são acusados de genocídio e crimes contra a humanidade.
[caption id="attachment_199424" align="alignleft" width="350" caption="Imagens de vítimas do Khmer Vermelho no museu do genocídio no Camboja"]
Eleutério Guevane, da Rádio em Nova Iorque.
Quatro antigos líderes proeminentes do Khmer Vermelho, incluindo uma mulher, foram ouvidos, esta segunda-feira, pelo Tribunal sobre o Camboja na capital, Phnom Penh. A instituição é apoiada pelas Nações Unidas.
Além do considerado “número dois” do regime de Pol Pot, Nuon Chea, os réus incluem o antigo chefe de Estado, Khieu Samphan, o ex-ministro dos Negócios Estrangeiros, Ieng Sary e a esposa, Ieng Thirith, que assumia a pasta dos Assuntos Sociais.
Acusações
Eles são acusados de genocídio e crimes contra a humanidade que resultaram na morte de mais de 2 milhões de cambojanos entre 1975 e 1979. Todos negam as acusações.
Ao comparecer à Câmara Extraordinária do Tribunal do Camboja, o grupo ouviu declarações do presidente da corte, num evento que teve cobertura televisiva em directo para todo o país.
Provas
De acordo com agências noticiosas, a audição, a decorrer em pelo menos quatro dias, não deve incluir a apresentação de provas. Segundo informações das agências, espera-se que o enfoque seja dado nas testemunhas, listagem de peritos e objecções legais preliminares e que o julgamento propriamente dito arranque em Setembro.
O antigo ministro dos Negócios Estrangeiros recebeu o perdão real, há 15 anos, como parte de um acordo que resultou na rendição do Khmer Vermelho. Os reus, todos na faixa dos 80 anos, estão detidos desde 2007.