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Economia palestina cresce em 2010, mas continua aquém do seu potencial BR

Economia palestina cresce em 2010, mas continua aquém do seu potencial

Relatório da OIT revela a situação dos trabalhadores palestinos em 2010; economia da Cisjordânua cresceu 8% e de Gaza, 15%

[caption id="attachment_197011" align="alignleft" width="350" caption="Desemprego a 23,7% em 2010"]

Daniela Kresch, da Rádio ONU em Tel Aviv.

Segundo o relatório anual Organização Internacional do Trabalho,OIT, divulgado nesta sexta-feira em Genebra, na Suíça, houve crescimento econômico e melhoria na liberdade de ir-e-vir dos palestinos na Cisjordânia e na Faixa de Gaza.

Mas, segundo o estudo, a situação dos trabalhadores dos dois territórios apresentou melhorias pouco substanciais no ano passado.

Duas Regiões

A economia da Cisjordânia cresceu 8% em 2010 e a de Gaza, 15%, dados otimistas, mas não suficientes, já que, de 2006 a 2009, a economia das duas regiãos se contraiu em 30%.

A taxa de desemprego foi medida em 23,7% em 2010, percentual maior do que o de 2009, mas ainda longe do ideal.

Resultados práticos

Segundo o relatório, o crescimento econômico “falhou em ser traduzido para os resultados do mercado de trabalho”, sendo que o desemprego entre os jovens continua altíssimo, em 39%.

O maior Produto Interno Bruto resultou num aumento no PIB per capita, que chegou a US$ 1,5 mil (cerca R$ 2,4 mil)  em 2010.

Mas o montante ainda é 8,4% menor do que o de 1999.

O estudo afirma que os dados mais otimistas foram resultado da uma maior eficiência das instituições palestinas, que estão sendo moldadas com vistas à criação de um futuro Estado nacional.

Fora isso, o governo israelense relaxou em suas restrições à liberdade de movimentos na Cisjordânia e em Gaza no ano passado, o que ajudou na melhoria dos indicadores.

Lógica de longo prazo

Mesmo assim, a OIT diz que a situação da economia palestina só sofrerá um impacto positivo dramático com o fim da presença israelense.

O relatório sugere que é necessário substituir a atual lógica de segurança por uma “lógica desenvolvimentista de longo-prazo, baseada numa visão da economia, do emprego e dos interesses humanos de segurança” de todos os habitantes da região.