“Está na hora de agir”, alertam agências da ONU sobre praga de gafanhotos
Comunicado destaca risco de se pagar 15 vezes mais do que seria investido agora com danos; agências humanitárias conseguiram somente 23% dos US$ 138 milhões necessários para lidar com a situação.
Representantes de agências das Nações Unidas alertaram sobre a piora da crise de gafanhotos do deserto em África. Segundo eles, “está na hora de a comunidade internacional agir de imediato” para acabar com o fenômeno.
“A matemática é clara, assim como nossa obrigação moral. Que se pague um pouco agora ou com muito mais, mais tarde”, destacam os chefes da FAO, Qu Dongyu, o chefe humanitário, Mark Lowcock, e o diretor-executivo do PMA, David Beasley.
Praga
Os custos para lidar com a nuvem de gafanhotos passaram de US$ 76 em finais de janeiro para os atuais US$ 138 milhões. As promessas de doadores cobrem US$ 33 milhões e as necessidades dispararam.
O PMA revelou que para responder ao impacto dos gafanhotos na segurança alimentar deve ser investido pelo menos 15 vezes mais do valor atual necessário para prevenir a propagação.
Em África, os gafanhotos continuam invadindo o leste do continente, e os governos precisam de apoio para controlar a praga, especialmente nos próximos quatro meses. Em países como Etiópia, Quênia e Somália nascem mais insectos cujo ciclo de reprodução é de três meses.
A previsão da ONU é que em poucas semanas surjam nuvens com gafanhotos em fase juvenil. Estas deverão tomar e atacar plantações de agricultores que neste momento têm a produção a brotar.
Exemplos
Um dos exemplos são países da África Oriental, que podem ser atacados pela próxima onda de gafanhotos na que é considerada a safra mais importante do ano.
As agências da ONU querem investir no controle dos gafanhotos antes que surjam novas nuvens. Outra meta é ajudar às pessoas que tiveram sua culturas ou pastagens afetadas a proteger as famílias e meios de subsistência.
Em fevereiro foram observadas nuvens de gafanhotos em Djibouti, na Eritreia, no Sudão do Sul, no Uganda e na Tanzânia. Por último, o leste da República Democrática do Congo foi atingido, onde se registraram gafanhotos há 66 anos.
Os representantes da ONU alertam para um possível impacto arrasador dos insectos neste país africano, que enfrenta conflitos complexos, surtos de ebola e sarampo além dos altos níveis de deslocamento e insegurança alimentar.