Gafanhotos do deserto podem ameaçar colheitas entre maio e junho, diz ONU
Programa Mundial de Alimentos, PMA, alertou para densas nuvens recentes no leste da África: Quênia, Etiópia e Somália são os países mais afetados.
atual crise de gafanhotos do deserto na África Oriental está ainda mais grave, segundo um alerta do Programa Mundial de Alimentos, PMA.
Nesta terça-feira, a agência da ONU informou que as colheitas que ocorrem entre maio e junho podem ser prejudicadas afetando a segurança alimentar e a vida dos agricultores da região.
70 anos
O motivo é a grande densidade de nuvens registradas, em fevereiro, especialmente no Quênia, na Etiópia e na Somália. E, de acordo com o PMA, o mesmo ocorreu em países como Eritreia, Sudão do Sul, Tanzânia e Uganda.
O gafanhoto do deserto é a praga migratória considerada a mais perigosa do mundo. A invasão que começou, em 2019, é a pior registrada pelo Quênia nos últimos 70 anos.
O PMA lembra que nem todos os 13 milhões de pessoas que enfrentam insegurança alimentar estão na rota dos gafanhotos. A maioria vive na Etiópia, no Quênia e na Somália, mas receia-se que 3,2 milhões venham a ser afetados em Uganda e Sudão do Sul.
Estudos
A agência atua em estudos que avaliam o impacto do aumento de gafanhotos na insegurança alimentar. O PMA destaca que é preciso apoiar as ações de prevenção e controle dos governos e da FAO. Com a destruição das colheitas, os gastos para combater a praga devem aumentar 15 vezes.
A agência forneceu veículos aos governos que controlam as nuvens e deve participar de avaliações previstas para o final deste mês.
No Sudão do Sul, a agência aumentou atividades de resposta para atingir até 5 milhões de pessoas este ano. Cerca de US$ 208 milhões serão necessários para uma operação eficaz.
O PMA apoia atividades de vigilância e controle a nuvens de insetos que chegaram a quatro municípios em território sul-sudanês, o risco é que elas continuem se espalhando sem controle.
Inundações
A agência lembra que uma nuvem de gafanhotos pode ter 150 milhões de insetos por km2. Por dia, eles podem consumir alimentos que cheguem para 35 mil pessoas. O movimentou entre 100 a 150 km por dia estes se alastrem rapidez complicando as medidas de controle.
No auge da temporada anual de escassez entre maio a julho prevê-se que 6,5 milhões de pessoas enfrentarão grave insegurança alimentar. O número corresponde a mais da metade da população do Sudão do Sul
Algumas comunidades do país enfrentam fome severa em áreas afetadas por inundações em 2019.