ONU e União Europeia anunciam Conferência de Solidariedade para Venezuela
Quase 80% dos 4,5 milhões de venezuelanos, que fugiram do país por causa da crise, permaneceram na região da América Latina e do Caribe; Conferência Internacional de Solidariedade será realizada em 28 e 29 de outubro, em Bruxelas, na Bélgica.
As Nações Unidas e a União Europeia estão pedindo uma ação urgente e coordenada para atender milhões de refugiados e migrantes da Venezuela.
Na quarta-feira, o bloco europeu, a Agência da ONU para Refugiados, Acnur, e a Organização Internacional para Migrações, OIM, afirmaram, num comunicado conjunto, que a fuga de venezuelanos criou uma das crises de deslocamento mais graves do mundo.
Venezuelanos
Para atender os migrantes e refugiados, a ONU e a União Europeia realizarão, em 28 e 29 de outubro, uma Conferência Internacional de Solidariedade pedindo mais ação.
As duas organizações lembram que a movimentação é “a maior da história recente da América Latina e Caribe”. Mais de oito em cada 10 venezuelanos que saíram de seu país permanecem no subcontinente. Ao todo, são 4,5 milhões de pessoas que abandonaram o país.
O representante da OIM e do Acnur para a situação na Venezuela, Eduardo Stein, disse que se a crise política acabasse hoje, as pessoas que tiveram que fugir viveriam ao menos mais dois anos na região.
Para ele, é preciso haver uma preparação para apoiar os que deixaram o território venezuelano durante esse tempo.
O comunicado destaca ainda o apoio dos países da região garantindo uma livre movimentação de venezuelanos, acesso a serviços sociais e integração em comunidades e economias locais.
No entanto, a capacidade e os recursos “estão chegando a um ponto de ruptura” e é necessário maior apoio internacional.
Consciência
A alta representante da Comissão Europeia, Federica Mogherini, disse que para aumentar a consciência sobre a gravidade da crise venezuelana é preciso confirmar e aumentar o apoio internacional a uma resposta regional e coordenada.
A também vice-presidente da comissão lembrou que a UE já é o principal doador e participante político principal, fornecendo € 170 milhões para apoiar o povo venezuelano desde 2018.
O diretor-geral da OIM, António Vitorino, espera que a comunidade internacional, incluindo doadores, agências de cooperação e o setor privado, dobrem a ajuda.
Estão sendo esperados ministros de Estado, altos representantes da América Latina e do Caribe e da UE, assim como sociedade civil e do setor privado.
Resposta
Para o alto comissário da ONU para Refugiados, Filippo Grandi, a conferência é uma oportunidade única de reunir todos os atores que participam na resposta”.
A expectativa é que “uma mensagem forte” seja enviada aos refugiados e migrantes venezuelanos além de seus anfitriões da América Latina e no Caribe “de que o mundo” não os esqueceu e estes serão apoiados no momento em que precisam.
A Conferência de Solidariedade para a Venezuela quer aumentar a consciência sobre a crise, reafirmar os compromissos globais e analisar o que já foi realizado. O evento também quer incentivar o apoio do mundo à resposta regional coordenada.